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Bem-estar Animal

Abate sem dor

Processo de insensibilização antes do abate de aves e suínos favorece o bem-estar animal. Conheça alguns métodos usados no Brasil e no mundo.

Abate sem dor

Rodolfo Panim Ciocca, zootecnista e supervisor de Bem-estar Animal da Sociedade Mundial de Proteção AnimalAplicadas no mundo todo, as técnicas de insensibilização de aves e de suínos consistem na instantânea e completa inconsciência dos animais na hora do abate. O processo oferece vantagens tanto aos animais quanto ao frigorífico. De acordo com José Rodolfo Panim Ciocca, zootecnista e supervisor de Bem-estar Animal da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla em inglês), quando insenbilizado, o animal não sente dor durante o processo de abate. Sem dor, o animal fica menos estressado e/ou angustiado na hora de sua morte. Portanto, evitam-se ferimentos e a qualidade do produto final será superior. Estudos mostram perdas  devido a lesões e fraturas durante o abate. “No entanto, com o uso das técnicas de insensibilização na hora do abate, registram-se perdas menores e a qualidade da carne do produto final será superior”, pontua o zootecnista.

Ciocca explica que existem diversos métodos de insensibilização de aves e suínos na hora do abate. O uso da pistola de dardo cativo, da atmosfera controlada (uso de gás) e da eletronarcose são os procedimentos mais conhecidos. Conheça-os:

Pistola de dardo cativo- A pistola de dardo cativo acionada por cartucho de explosão ou ar comprimido causa um dano (injúria) cerebral, provocada pela concussão, aumento da pressão interna e pelo efeito dilacerante do dardo (quando penetrante). Após ser disparada no crânio do animal, o mesmo torna-se inconsciente imediatamente para o abate. “No entanto, não podemos garantir que o animal não morra neste método. Ele apenas não sentirá dor na hora da sangria e por esse motivo deve ser sangrado o mais rápido possível, antes de 1 minuto.”, explica Ciocca.

Atmosfera Controlada- Trata-se do processo de insensibilização no qual os animais são submetidos a altas concentrações de gás – Argônio, Dióxido de Carbono ou Nitrogênio – que produzem efeito anestesiante e os levam a morte. Para Ciocca, este método, dependendo do gás utilizado, pode ser mais eficaz. “As aves, por exemplo, não são submetidas ao estresse da pendura, o que trás benefícios para o bem-estar nessa etapa o que interfere na qualidade da carcaça pela redução de hematomas causado pelo bater de asas”.  diz. No entanto, o especialista explica que o método é pouco utilizado no Brasil, não apenas pelo alto custo, mas principalmente por causa das regras de abate Halal utilizadas nos frigoríficos avícolas. “Quando uma ave segue para sangria, ela precisa estar viva, de acordo com os preceitos do islamismo. Com o uso do gás, estas aves são penduradas e sangradas mortas”.

Eletronarcose- Procedimento de insensibilização mais usado no Brasil, a eletronarcose utiliza-se da energia elétrica para deixar os animais inconscientes na hora do abate. O método pode ser aplicado de duas formas, segundo Ciocca. No primeiro, utiliza-se um eletrodo seco para transferir corrente necessária à cabeça do animal, deixando-o insensibilizado. O segundo, utilizados por frigoríficos federais e alguns estaduais, utiliza uma “cuba de imersão”. Os animais passam por uma “água eletrificada” fazendo com que a corrente elétrica atravesse a cabeça e corpo, deixando-os inconscientes antes mesmo de sentirem dor.

Na avaliação do zootecnista do WSPA, todo método de abate deve buscar o equilíbrio entre o bem-estar do animal e a qualidade da carne. “Não adianta defendermos o bem-estar animal e buscarmos o apoio dos frigoríficos se não mostrarmos que todos têm a ganhar”, conclui Ciocca.

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