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FMI

Brexit faz cair previsão de crescimento mundial

FMI cortou em 0,1 ponto percentual suas estimativas de avanço do PIB global para este ano e o próximo

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas previsões para o crescimento da economia mundial este ano e no próximo após o referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, realizado em 23 de junho. De acordo com a mais recente atualização do relatório World Economic Outlook (Perspectivas da Economia Mundial), divulgada nesta terça-feira (19/07), o Produto Interno Bruto (PIB) global deverá crescer 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017. Em ambos os casos, as projeções foram cortadas em 0,1 ponto percentual em relação ao levantamento publicado em abril.

Para o fundo, a opção dos britânicos pelo Brexit – a saída do Reino Unido da UE – foi inesperada e implica em um “aumento substancial das incertezas econômicas, políticas e institucionais, o que deverá ter consequências macroeconômicas negativas, especialmente em economias europeias avançadas”. A instituição afirma que é muito difícil saber qual será a real extensão dos efeitos do Brexit, uma vez que o processo ainda está em andamento.

No caso específico da Grã Bretanha, o FMI prevê crescimento de 1,7% este ano e de 1,3% no próximo, com reduções de 0,2 e de 0,9 ponto percentual, respectivamente, em relação às estimativas de abril. Para a Zona do Euro, porém, o Fundo ampliou a projeção de 2016 em 0,1 ponto percentual para 1,6%, ao passo que a expectativa para 2017 foi cortada em 0,2% ponto percentual para 1,4%.

O FMI destaca que, se não fosse pela vitória do Brexit no referendo, as previsões do relatório atual teriam seriam semelhantes às do levantamento de abril, até com um aumento de 0,1 ponto percentual na estimativa de crescimento mundial para 2017 em função da melhora das perspectivas de economias emergentes, principalmente Brasil e Rússia.

Brasil e Oriente Médio

No caso do Brasil, o Fundo avalia que “parece” que a confiança dos consumidores e das empresas já atingiu o fundo do poço, e a retração do PIB no primeiro trimestre foi menor do que a esperada. “Consequentemente, a recessão em 2016 deverá ser um pouco menos severa, com um retorno ao crescimento em 2017”, diz o relatório.

Além do Brexit, o FMI cita outros “riscos” que podem afetar o desempenho da economia global, como “tensões geopolíticas e terrorismo”, especialmente no Oriente Médio. Entretanto, mesmo com a instabilidade em países da região, a instituição ampliou em 0,3 ponto percentual a perspectiva de crescimento do bloco em 2016 para 3,4%. Para 2017, no entanto, a estimativa foi reduzida em 0,2 ponto percentual para 3,3%. As projeções incluem o Oriente Médio, o Norte da África, o Afeganistão e o Paquistão.

Para a Arábia Saudita, única nação árabe a integrar o G20, o FMI manteve a estimativa de crescimento de 2016 em 1,2% e ampliou a perspectiva do próximo ano em 0,1 ponto percentual para 2%. “Os exportadores de petróleo do Oriente Médio estão se beneficiando da modesta recuperação dos preços do petróleo ocorrida recentemente, ao mesmo tempo em que buscam a consolidação fiscal em resposta às cotações estruturalmente baixas, mas muitos países da região ainda sofrem com conflitos”, diz o relatório.

Neste cenário, o Fundo recomenda aos países em geral a adoção de medidas para fortalecer o sistema bancário e a realização de reformas estruturais. Para as economias desenvolvidas, o FMI receita “uma combinação de apoio à demanda de médio prazo e reformas estruturais para revigorar o crescimento”.