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Estudo

Caminhos da Biotecnologia na reprodução em suínos

Artigo descreve algumas das biotecnologias que estão sendo aprimoradas e podem abrir novas possibilidades para a reprodução na espécie suína

Caminhos da Biotecnologia na reprodução em suínos

SanidadeNa suinocultura atual pode-se encontrar diversos cenários para a utilização das biotecnologias da reprodução. Enquanto ainda temos granjas que apresentam problemas de detecção de cio e acondicionamento de sêmen, também encontramos granjas altamente tecnificadas, que absorveram rapidamente as tecnologias da reprodução a pouco desenvolvidas para a espécie suína. Assim, as constantes pesquisas em biotecnologias, tanto para compreendê-las melhor, levando ao seu aprimoramento para a utilização destas pelo produtor, quanto para o desenvolvimento de novas, são bastante relevantes. Neste artigo, iremos descrever algumas das biotecnologias que estão sendo aprimoradas, podendo abrir novas possibilidades para a reprodução na espécie suína.

Sincronização do ciclo estral

Com vários tipos de protocolos, que permitem sincronizar até o momento da ovulação, pode proporcionar a inseminação em “tempo fixo”, ou seja, em momento pré-definido, sem a necessidade de detecção de cio. Esta é uma biotecnologia promissora, principalmente no cenário em que vivemos hoje de mão de obra reduzida e com alto custo.

A utilização da inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em suínos visa minimizar os erros associados com a detecção de cio, reduzindo a variação entre o cio e o intervalo de ovulação, além da possível diminuição do número de doses de sêmen por fêmea, diminuindo os custos de produção, apesar do custo dos hormônios. Esta técnica, mesmo sendo promissora, ainda gera alguns receios para sua utilização, sendo entre estes, possíveis alterações no sistema reprodutor feminino que poderiam ser causadas pela estimulação com hormônios exógenos.

Em estudos recentes, realizados pelo nosso grupo de pesquisa, observou-se que a utilização tanto do eCG (gonadotrofina coriônica equina), que promove a estimulação do desenvolvimento folicular, quanto a sua combinação com GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) como indutor de ovulação, não alteram a expressão de genes relacionados com a formação do corpo lúteo e produção de progesterona. Além disso, o uso destes hormônios não alteraram a expressão de importantes receptores hormonais relacionados com o desenvolvimento uterino (dados não publicados), apresentando assim mais informações que corroboram para a utilização com segurança desta biotecnologia.

A melhoria do controle do ciclo estral com hormônios exógenos também auxilia na utilização de outras ferramentas como a utilização do sêmen criopreservado, o que viabiliza a importação de sêmen de outros países, apoiando o desenvolvimento de programas nacionais de melhoramento genético.