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Sebastião Barbosa assume a presidência da Embrapa

Barbosa tomou posse na quarta-feira (10) em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto

Sebastião Barbosa assume a presidência da Embrapa

Sebastião Barbosa, pesquisador aposentado da Embrapa, assumiu, nesta quarta (10), a Presidência da Empresa, durante cerimônia realizada no Salão Nobre do Palácio do Planalto, com a presença do presidente da República, Michel Temer, dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, do secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, e de Maurício Lopes, que transmitiu o cargo ao sucessor. Ao tomar posse, Sebastião destacou o importante papel da Embrapa, que com suas 42 Unidades Descentralizadas, atuando de norte a sul do País, no Brasil e no exterior, foi uma das instituições responsáveis pela mudança do país do patamar de importador para exportador de alimentos.

“Hoje o Brasil exporta não só alimentos e fibras,  mas conhecimento,  tecnologia, produtos e serviços para outros países localizados nos trópicos. Temos papel fundamental na garantia da segurança alimentar do planeta. Temos melhor conhecimento do nosso território e nos orgulhamos do esforço que fizemos para a sua conservação usando apenas o mínimo necessário para uma agricultura tão eficiente, competitiva e sustentável”, afirmou o novo presidente da Embrapa.

Na mesma direção, ao abrir os discursos da cerimônia, o secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, também presidente do Conselho de Administração da Embrapa (Consad), ressaltou que a Empresa faz parte da história do agronegócio brasileiro e deve ocupar papel relevante na Agricultura 4.0. Novacki agradeceu o pesquisador Maurício Lopes por suas contribuições nos últimos seis anos e anunciou estar feliz por fazer parte do conselho que escolheu Sebastião para sucedê-lo.  

“Se nós tivemos sucesso no nosso governo, ele se deve em boa parte ao agronegócio brasileiro”, enfatizou o presidente da República, Michel Temer. De acordo com Blairo Maggi, a expectativa é fechar o ano comemorando 100 bilhões de dólares em exportação no agronegócio. Maggi lembrou ser a Embrapa a primeira estatal a selecionar seu principal gestor seguindo as determinações da Lei das Estatais, instituída em 2016. Para ele, “uma sucessão sem qualquer interferência política, sem pedido político, olhando o que deve ser feito”.

Ao se despedir, Maurício Lopes anunciou estar deixando relatórios que registram a história recente da Empresa, a trajetória e as entregas feitas à sociedade entre 2012 e 2018. “Espero que esses documentos ajudem a reforçar as responsabilidades da Embrapa perante a sua missão de olhar sempre adiante e de abrir caminhos para que a nossa agricultura e o nosso agronegócio sigam superando obstáculos, se fortalecendo, e fortalecendo o seu protagonismo em todo o mundo”, declarou.

Desafios para os próximos anos

Em seu discurso, Sebastião Barbosa lembrou a  participação da Embrapa na conquista do Cerrado, com o desenvolvimento de pesquisas que possibilitaram a tropicalização da soja, e, mais recentemente do trigo. “De uma região inóspita, com uma agriculta extensiva e de baixíssima produtividade, o Cerrado transformou-se em poucas décadas em celeiro do mundo, com a contribuição e sacrifício de muita gente”, destacou, rendendo homenagem a pesquisadores já falecidos da Embrapa que atuaram na Empresa com esse sonho e objetivo.

   

Apesar de tantas contribuições para a sociedade brasileira, Sebastião ressaltou que é hora de virar a página e pensar nos desafios que a Embrapa terá de enfrentar nos próximos anos, em um cenário mundial de consumidores mais exigentes, que querem acessar alimentos, fibras e produtos florestais mais baratos, porém modernos e produzidos com sustentabilidade econômica, social e ambiental.

Reestruturação

De acordo com o novo presidente, a Embrapa, sob a liderança de Maurício Lopes e do Mapa, iniciou a mudança que a preparará para o novo circulo virtuoso, mas destacou que haverá necessidade de maior participação direta principalmente das Unidades Descentralizadas de pesquisa (UDs),  que, na visão do novo presidente, é “onde a Embrapa acontece e continuará acontecendo”. “A partir de hoje começaremos a discutir com nossos gestores a continuidade do processo de reestruturação da Embrapa, com a participação das UDs e de nossos parceiros”.

Ele anunciou também que haverá uma aproximação ainda maior com o setor produtivo, por meio de associações, cooperativas, sindicatos, federações, trabalho a ser realizado em parceria com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). “É uma instrução direta do Mapa que seguiremos à risca”, enfatizou.

 Revisão de prioridades

Revisar prioridades da pesquisa, sem deixar de dar atenção a vocações típicas da agricultura brasileira. Esse é um dos desafios considerados por Sebastião. Fortalecer os setores de leite e derivados, de pescados, de frutas e essências nativas, e de produtos florestais são exemplos dados pelo dirigente. “Mas não perderemos de vista o investimento nos produtos que somos bons”, explicou. Fortalecer a agenda de pesquisa agronômica para o Semiárido também é um dos desafios da nova gestão, que buscará criar condições para favorecer um salto de qualidade para inovações tecnológicas mais avançadas que possam garantir a sustentabilidade da produção agropecuária da região. 

Segundo ele, a Embrapa buscará novas formas de financiamento, tendo em vista o cenário de fortes restrições orçamentárias que dificultam a renovação do quadro de cientistas da Empresa. Também citou a necessidade de implemenar um programa de capacitação avançada e continuada, bem como a renovação de máquinas, laboratórios, equipamentos e veículos.