Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Manejo

Embrapa Suínos e Aves desenvolve métodos para otimização da fertilidade e produtividade em suínos.

Redação SI 04/07/2003 – A Embrapa Suínos e Aves, sede em Concórdia (SC), desenvolveu projeto de pesquisa, atendendo ao objetivo geral de otimizar o manejo de programas de cobrição natural e/ou artificial em suínos.

Segundo o pesquisador Paulo Roberto Souza da Silveira, área de reprodução suína, esse trabalho foi realizado por meio do desenvolvimento de dois subprojetos de pesquisa.

Os experimentos conduzidos pelo subprojeto 1 (Determinação dos fatores que influenciam o intervalo início do estro-ovulação, visando a otimização do momento da fertilização natural ou artificial), buscaram otimizar o momento da cobrição pela identificação de técnicas agropecuárias e/ou equipamentos que possam predizer o momento da ovulação na espécie suína.

O subprojeto 2  (Otimização da cobrição natural ou artificial em suínos, alterando a freqüência e o momento do seu emprego no período de estro da fêmea e identificação de doadores para uso estratégico) teve o objetivo de avaliar a freqüência e intervalo ideal das cobrições/inseminações. Nesse segundo subprojeto, o pesquisador destacou o caráter inovador do experimento que avalia a possibilidade de identificar doadores de sêmen que mantenham a viabilidade espermática in vivo por períodos superiores a 24horas, empregando testes de termo-resistência, teste de penetração e teste de hemizona in vitro, permitindo o uso dos mesmos em situações estratégicas, de acordo com a sua viabilidade espermática in vivo.

Os resultados desse projeto, referentes ao comportamento estral, enriqueceram ainda mais nosso estoque de informações locais  sobre os padrões fisiológicos do estro e ovulação, explicou Silveira. E acrescentou: Interessante observar que 82% das fêmeas ovularam num período considerado razoável em termos de dispersão, visto que a ovulação ocorreu numa faixa de 16h, compreendida entre 32h e 48h após o início do estro, diferentemente de resultados estrangeiros, o que facilita, no nosso caso, a formulação de protocolos de inseminação para os rebanhos nacionais.

Viabilidade espermática
Adicionalmente, foi  estudada a viabilidade espermática in vivo  com ejaculados de doadores com curta e longa viabilidade espermática in vitro, empregados na inseminação artificial de suínos e também a troca cruzada de plasma seminal entre cachaços. As causas pelas quais os machos suínos apresentam diferenças na longevidade espermática in vitro ainda é desconhecida. Tanto componentes do plasma seminal como os componentes do próprio espermatozóide poderiam estar envolvidos.

A motilidade e a fluorescência permitiram a diferenciação entre os machos de curta e os de longa duração, sendo que a fluorescência também possibilitou detectar diferenças entre machos de média e de longa duração, embora somente após 7 dias de armazenamento. A motilidade mostra as diferenças entre os cachaços mais precocemente do que os demais testes. Desta forma, a motilidade espermática por ser uma técnica de baixo custo e de execução simples e rápida, pode ser empregada nas Centrais de Inseminação Artificial para identificar os cachaços com curto período de manutenção da viabilidade espermática in vitro. Também pode-se concluir que não é possível reverter a sensibilidade ao resfriamento do espermatozóide suíno, após a ejaculação, com a adição do Plasma Seminal (PS) de outro macho. A centrifugação, utilizada durante o processamento para a troca do PS, entre machos de diferente sensibilidade ao resfriamento tem efeitos deletérios sobre a motilidade e a integridade de membrana da célula espermática.

No experimento que utilizou a identificação de paternidade para avaliar uma estratégia de inseminação artificial, observou-se que o protocolo de inseminação artificial utilizado tem condições  de gerar economia de uma dose de sêmen por fêmea por cio com os mesmos resultados dos atuais protocolos que utilizam três doses. A segunda dose de sêmen contribui com a maioria dos animais nascidos em cada leitegada (65,23 % dos nascidos), na maioria das leitegadas obtidas no trabalho (75 %).

Apesar da menor contribuição da primeira dose, esclareceu Silveira, essa não pode ser menosprezada, nem descartada, uma vez que contribui com 34,76% dos animais nascidos, sendo que em 15% das leitegadas teve a maior contribuição e que em 10% das leitegadas teve igual contribuição que a da segunda dose. O protocolo com duas doses de sêmen sendo aplicadas 12h e 36h após o início do estro pode ser recomendado com segurança.

A análise de microsatélites é uma metodologia prática e precisa para a identificação individual de suínos, podendo ser utilizada em qualquer experimento que necessite da identificação individual dos animais.

Segundo o pesquisador, o aporte dos estudos do subprojeto 2  é  de tecnologia baseada em informação (prática agropecuária), capaz de gerar a recomendação de duas inseminações apenas por estro, com intervalo de 24h entre a aplicação da primeira (hora 12) e da segunda dose (hora 36).

Adicionalmente, a disponibilização de métodos diagnósticos que forneçam informação sobre a resistência in vivo do espermatozóide suíno, introduz uma nova prática (melhoria de processo) no exercício técnico nas Centrais de Inseminação, a partir da seleção de machos específicos possuidores dessa característica.