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Vacina, a aliada na sanidade do rebanho

<p>O país tem o importante desafio de recuperar mercados que foram perdidos por causa do registro de casos da aftosa.</p>

Redação (17/11/2008)- A busca por um espaço priviliegiado no mercado internacional de carne bovina depende de uma importante ação dos produtores brasileiros. É a vacinação contra a febre aftosa, cujo prazo expira no próximo dia 30. O país tem o importante desafio de recuperar mercados que foram perdidos por causa do registro de casos da doença. A comprovação da imunidade dos animais é fundamental nesta época também em função de uma visita de compradores europeus agendada para o mês de janeiro.

Produtores que não fizerem a vacinação do rebanho estão sujeitos a multa de R$ 81,43 por cabeça. Segundo o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), na campanha realizada no mês de maio mais de 98% do rebanho paranaense foi imunizado. A secretaria calcula que existam no estado 9,5 milhões de bovinos em 210 mil propriedades.

Cada dose da vacina custa R$ 1,30, investimento devidamente compensado com os ganhos proporcionados com a exportação da carne brasileira. De acordo com a Seab, o Paraná deve faturar este ano US$ 94,8 milhões com a venda de 26,1 mil toneladas no exterior, montante bem acima dos US$ 78,4 milhões recebidos em 2005, com a comercialização de 34,5 milhões de toneladas. Naquela época a tonelada foi vendida a US$ 2.500 e hoje o valor chega a US$ 4 mil a tonelada.

Além da boa perspectiva no exterior, Marco Antônio Teixeira Pinto, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal do Defis, cita outro benefício da vacinação. ""O produtor estará protegendo o seu patrimônio, vai manter o plantel protegido"", diz, enfatizando que o criador é o responsável pela sanidade do rebanho.

Para viabilizar a campanha a Seab este ano reativou os conselhos municipais de sanidade agropecuária. ""A idéia é mobilizar a iniciativa privada para auxiliar a vacinação"", diz o técnico do Defis. A secretaria também credenciou vacinadores, que vão facilitar a imunização em pequenas propriedades.

A meta da Seab é atingir o status de estado livre da aftosa, por meio da conscientização dos produtores. Para Moacir Sgarioni, diretor de Pecuária do Sociedade Rural do Paraná (SRP), este objetivo pode ser facilmente atingido. ""Hoje já não se ouve falar mais de produtores que compram as vacinas mas não fazem a aplicação"", diz

Sgarioni afirma que produtores vacinam o rebanho e ainda oferecem apoio aos assentamentos situados nas proximidades de sua propriedadade. O produtor, porém, critica o sistema de vacinação adotado no Paraná, onde todos os animais devem ser obrigatoriamente imunizados nas duas campanhas anuais. ""Poderíamos perfeitamente fazer um escalonamento para vacinar os animais"", sugere.

Segundo ele, desta forma, o rebanho vai adquirindo imunidade com o passar do tempo, dispensando as duas vacinas do ano. Para o produtor, o país precisa definir um calendário com metas para erradicar a doença.

O diretor da SRP afirma que o país também deve estabelecer uma vigilância efetiva nas fronteiras. ""Seria interessante fazer intercâmbio com outros países para controlar a doença, pois existe trânsito e até a troca de animais"", opina.