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2004 será a fase da colheita

Ministro do Desenvolvimento diz que os empresários voltaram a acreditar no crescimento do Brasil e farão investimentos de R$ 67 bilhões em 2004.

Da Redação 15/12/2003 14h55 – Luiz Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) diz que 2004 será o ano da microeconomia. “Em 2003, fizemos um ajuste macroeconômico muito bem-sucedido, que impediu a volta da inflação e o colapso da economia. Mas agora são necessárias ações de governo que proporcionem uma dinâmica produtiva maior e, fundamentalmente, gerem empregos”.

Em entrevista à revista Isto É Dinheiro desta semana, Furlan revela alguns planos e algumas metas para 2004. Acompanhe os principais trechos:

Exportações
“A nossa meta de exportações em 2004 é de US$ 80 bilhões. Só na soja, estima-se que o saldo avance de US$ 8 bilhões para US$ 10,5 bilhões. Estamos dando prioridade aos mercados em que a presença brasileira ainda é muito tênue. Na Rússia, cuja economia vem crescendo vigorosamente, as empresas brasileiras podem desenvolver suas marcas próprias. No mundo árabe e na China, o potencial de expansão é extraordinário. Há mercados em que as nossas vendas estão crescendo mais de 200%, enquanto nos Estados Unidos, nosso maior parceiro, o ritmo de expansão é de 10% o que não é desprezível. Mas existem países em que uma pequena ação de governo pode dobrar ou triplicar nossa capacidade de exportar. Estamos abrindo caminhos”.

PIB em 2004
“Será de, no mínimo, 4%. E, em 2005, as coisas não serão muito diferentes. Serão os anos da colheita”.

Política Industrial
“Grande parte dela será baseada em políticas horizontais, com redução da burocracia, melhora da logística e desoneração dos investimentos. Vai na linha do combate ao velho Custo Brasil”.

Setores favorecidos
“Os de produtos fármacos, microcomponentes, softwares e bens de capital. Escolhemos aqueles que têm uma dinâmica horizontal. Se você melhora a competitividade da indústria de máquinas, acaba-se por ampliar a competitividade de toda a economia. O mesmo vale para os softwares”.

Alca
“Eu acompanho a discussão da Alca desde o começo, dez anos atrás. É melhor termos um bom acordo inicial do que algo belicoso e tumultuado. Sou partidário de uma filosofia que diz pensar grande, começar pequeno e andar rápido. A Alca é um projeto grandioso. Mas se tivéssemos começado pequeno, cinco anos atrás, já teríamos andado cinco anos. Intrinsecamente, acredito que a Alca é um bom movimento para o Brasil. Mas não vamos repetir o exemplo dos mexicanos, que concentram 80% das receitas com comércio exterior nos Estados Unidos. No nosso caso, estamos falando de 25% com os americanos, 25% com a Europa, 25% com a América Latina, 15% com o extremo Oriente e 10% com o resto do mundo. Nós seremos um jogador autônomo, o que não significa que não possamos abrir novos caminhos nos EUA, com produtos de software, engenharia e combustíveis não poluentes, por exemplo”.