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A questão sanitária do ponto de vista do criador

Confira a opinião de Ilânio Johner, vice-presidente da ACSURS, sobre sanidade na granja suína.

Redação SI 05/07/2001 09:06 – Como suinocultor, há muitos anos tenho notado que o produtor insiste no melhoramento genético e esquece o sanitário. O produtor, de certa forma, começa as coisas de modo errado quando parte do melhoramento genético. O primeiro melhoramento que se deveria fazer na propriedade é o sanitário, para depois se pensar em colocar animais com carga genética mais acentuada. Porque um animal com carga genética mais acentuada não vai se adaptar a um local de pouca sanidade. Quanto maior a carga genética do animal, maior a exigência em sanidade, pois ele não tem anticorpos para as doenças. As duas coisas têm que andar juntas.

O problema sanitário é um dos maiores nas pequenas propriedades. O controle sanitário começa a partir de um sistema de recepção para visitantes. A propriedade tem que ter uma guarita, porque são grandes os riscos de doenças e esta é uma das formas de evitá-las. O acesso a uma granja de alto nível de controle sanitário só é possível mediante a troca de roupas e calçados. Sendo a entrada para automóveis e caminhões também proibidas. Estes não entram na granja, são os animais que vão até o transporte e de lá vão embora. Existem outras maneiras de controle sanitário: o uso de rodilúvio o não acesso de outros animais no setor de suínos.

Devemos lembrar que, ao determinar as condições da granja o criador está determinando o mercado para quem ele produz. Melhorando a sanidade, vamos manter as nossas condições no atual mercado, que mostra-se cada vez mais exigente. Mas há muitas propriedades que não estão dando o devido valor a esta questão.

Os exames periódicos de reprodutores e matrizes, além de um bom acompanhamento técnico, são itens essenciais de biossegurança. Este detalhes são medidas necessárias para a busca de mercados mais exigentes. Nós sabemos que o país precisa exportar o excedente de seu produto. Não temos consumo interno suficiente para a quantidade que produzimos. Por isso aconselhamos também que o produtor tenha um bom relacionamento com o seu parceiro, a indústria. Porque é ela que faz a parte comercial do produto.

A introdução de reprodutores é outra preocupação constante. Existem várias opções quando se introduz reprodutores na granja, mas devemos ter cuidado na escolha dos fornecedores de material genético. Os granjeiros têm uma preocupação muito grande com dois fatores de qualidade ao adquirirem animais: genéticas e sanitárias.

Levando em conta estes aspectos, temos esperança em um futuro promissor para nossa atividade. Em muito anos como suinocultor nunca tive tanta esperança, porque o mercado internacional finalmente reconheceu o produto nacional como de qualidade.

por Ilânio Pedro Johner – Vice-presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS