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Agricultor tem mais apoio para vender milho

O MAPA realiza na próxima sexta-feira o primeiro de uma série de 10 leilões para a venda antecipada de 5 milhões de toneladas de milho da safra 2002/03.

Da Redação 15/07/2002 – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realiza na próxima sexta-feira o primeiro de uma série de 10 leilões para a venda antecipada de 5 milhões de toneladas de milho da safra 2002/03, por meio de contratos de opção. O objetivo é apoiar a comercialização da safra ao oferecer aos produtores rurais uma sinalização antecipada dos preços.

Do total de cinco milhões de toneladas de grãos que serão vendidos em leilão pelo governo, 3,850 milhões de toneladas serão ofertados no Sul e em parte do Sudeste, 1,050 milhão será comercializada em Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul e 110 mil toneladas foram reservadas ao Mato Grosso.

Nesta semana serão ofertadas 500 mil toneladas negociadas em contratos de opção por lotes de 27 toneladas (correspondente a 450 sacas) a preços fixados – para fevereiro de 2003 – de R$ 14,40 para os estados da região Sul, São Paulo, Minas Gerais e sul da Bahia, de R$ 13,40 para Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul e de R$ 10,40 para o Mato Grosso.

Migração para soja

As operações com os contratos de opção e outras nove medidas anunciadas sexta-feira em Brasília visam interromper a tendência de queda no plantio de milho provocada pela migração dos produtores para a soja, que vem sendo negociada a preços mais remuneradores que o milho.

“A intenção é quebrar o efeito soja e transformar o milho em uma cultura atraente, que gera bons negócios”, afirmou o ministro Marcus Vinícius Pratini de Moraes.

A partir de hoje o Banco do Brasil (BB) está autorizado pelo ministério a não fixar limites para o custeio do milho em relação a outras culturas e a oferecer financiamento de 100% do custeio do produtor que ultrapassar o limite de R$ 250 mil.

Outra medida anunciada pelo ministério estabelece empréstimos para estocagem e comercialização corrigidos por um tipo de cesta de encargos com taxas de juros que variam de 8,75% ao ano (sem incidência da TJLP) a 10%, 11%, 12% ou 13% mais TJLP, dependendo da fonte dos recursos.

O governo não restringiu o financiamento aos produtores, destinando crédito para criadores de aves e suínos e a indústria de carnes.

O Banco do Brasil abrirá carteira para financiar investimentos em indústrias de carnes avícolas e suínas e instituiu “draw back” (isenção no pagamento de imposto de importação) na compra de medicamentos, componentes e insumos (com inclusão de milho) usados na criação ou industrialização de carne.

Maior demanda

“Estamos nos empenhando em estimular a produção para atender a demanda interna e externa, esta última crescente já que do total de carnes exportadas no ano passado o maior crescimento foi da venda de carne suína e de aves”, afirmou o ministro Pratini de Moraes.

Ainda como estímulo ao plantio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) faça vendas de balcão para atender ao pequeno produtor e aos estabelecimentos de pequeno porte da cadeia da carne no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

“Nós já estamos fazendo vendas de balcão no Nordeste e estoques do Centro-Oeste estão sendo transferidos”, informou o ministro. Nos negócios de balcão a Conab ofertará 400 mil toneladas, limitados a 10 toneladas por mês por produtor.

Queda no plantio

Após a oferta de 500 mil toneladas por contratos de opção na próxima sexta-feira, será realizado um segundo leilão no dia 25. Em agosto as vendas serão feitas nos dias 1, 8, 15, 22 e 29 e no mês de setembro os negócios estão marcados para os dias 5, 12 e 19.

Para este ano-safra a colheita estimada é de 36 milhões de toneladas em relação às 42,3 milhões colhidas na safra 2000/2001. A redução de 17% no volume deve-se, em grande parte, à diminuição de 7% na produtividade, que passou de 3.340 quilos por hectare na safra 2000/01 para 3.113 quilos em decorrência da seca no Sul. As medidas que entram em vigor hoje objetivam evitar a redução da área e fazer com que a próxima safra atinja, pelo menos, um volume similar ao deste ano.