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Agroindústria

Agroindústria paranaense expande estruturas de armazenagem

Maior segmento do cooperativismo no Paraná deve aplicar R$ 20 bilhões até 2025 em modernizações

Agroindústria paranaense expande estruturas de armazenagem

Desemprenho cooperativas PR

Responsável por cerca de 85% dos investimentos de todo o setor cooperativista do Paraná, o ramo agroindustrial deve aplicar perto de R$ 20 bilhões até 2025 em modernização e expansão das operações. A estimativa é da Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) e inclui a construção e ampliação de plantas industriais, armazéns e unidades de distribuição de insumos, automação industrial, pesquisa e desenvolvimento, entre outros projetos.

Neste ano, mesmo em um cenário em que as cooperativas não veem espaço para repassar aos preços das carnes as altas de 127% e 70% nas cotações do milho e da soja, respectivamente, em 12 meses até maio, os desembolsos devem alcançar cerca de R$ 3,4 bilhões, ou 14% acima de 2020. O segmento recebe 62% da produção agropecuária do Paraná e atende a um quadro crescente de associados, que chegou a 185,2 mil produtores em 2020, sendo 15% de outros Estados. O número de funcionários chegou a 95,7 mil em 2020, ante 86,3 mil no ano anterior.

“As cooperativas investiram, planejaram e se modernizaram, têm um parque produtivo bem organizado e obtêm de 50% a 55% da receita com produtos industrializados. Por isso, têm capacidade de aproveitar a onda quando o mercado vai bem e resiliência quando ele vai mal”, avalia o professor de ciências agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Gilson Martins. Para o diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Takeshi Suzuki Jr, elas são competitivas porque conseguiram conciliar profissionalização da gestão, adição de valor à produção primária e avanço no mercado externo.

Só a Frimesa, uma central que tem como afiliadas a Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato, tem quatro projetos que somam R$ 774 milhões entre 2020 e 2022, diz o diretor presidente Valter Vanzella. O maior deles, de R$ 700 milhões, corresponde à primeira fase do frigorífico de suínos em Assis Chateaubriand, que iniciará os abates em janeiro de 2023 com capacidade para 3,7 mil animais por dia, mas foi projetado para chegar a 15 mil cabeças diárias em 2032.

Atualmente a central tem capacidade para processar 8,4 mil suínos por dia nas plantas de Marechal Cândido Rondon – para as quais espera concluir ainda em 2021 o processo de habilitação para exportar para a China, o Japão e a Coreia do Sul – e de Medianeira. Ainda em junho está prevista a ampliação da industrialização de leite para 1 milhão de litros por dia, ante a média de 843 mil litros diários beneficiados em 2020. A Frimesa encerrou o ano passado com alta de 34,9% na receita bruta, para R$ 4,29 bilhões, e prevê R$ 4,94 bilhões em 2021.

A Lar, que encerrou o ano de 2020 com faturamento de R$ 10,78 bilhões, 55,1% acima do ano anterior, e projeta R$ 13,57 bilhões para 2021, vai aplicar R$ 675 milhões até 2024 em sete projetos já em andamento, que vão empregar 5 mil pessoas. O maior deles, de R$ 350 milhões, é o complexo Bom Jesus, em Medianeira, para armazenagem de grãos e produção de rações e nutrientes para matrizes e aves que deve ficar pronto em 2024, informa o presidente Irineo da Costa Rodrigues.

Em Matelândia, a cooperativa vai concluir até abril de 2022 a ampliação dos abates no frigorífico local de 360 mil para 460 mil aves por dia, com investimentos de R$ 135 milhões. Antes disso, até o segundo semestre deste ano, vai finalizar a expansão da unidade industrial de soja em Caarapó (MS), que receberá R$ 100 milhões.

Os demais investimentos são as ampliações da fábrica de rações em Entre Rios do Oeste, até outubro, e dos frigoríficos de aves de Rolândia e de Marechal Cândido Randon, até abril de 2022. A Lar opera também no Mato Grosso do Sul e em Santa Catarina e prevê encerrar este ano com 12,4 mil associados e 26 mil funcionários, com altas de 5,4% e 42% sobre 2020, respectivamente.

A Coopavel, segundo o presidente Dilvo Grolli, vai aplicar R$ 555 milhões em três anos, de 2020 a 2022, em projetos que incluem a ampliação das unidades de moagem de trigo, dos frigoríficos de aves e de suínos, da produção de fertilizantes e de rações e da capacidade de armazenagem de grãos. Com isso, a cooperativa, que faturou R$ 3,5 bilhões em 2020 – 30% acima de 2019 – e prevê R$ 4,55 bilhões neste ano, projeta um aumento de 25% no quadro de funcionários em 2021, para 7,6 mil, enquanto o número de associados deve crescer 31%, para 7,8 mil.

A C.Vale prevê chegar a R$ 14,4 bilhões em faturamento neste ano após crescer 37% em 2020, para R$ 12,27 bilhões. A cooperativa inicia no segundo semestre a construção da sua primeira esmagadora de soja, no complexo agroindustrial de Palotina, relata o presidente Alfredo Lang.

A unidade deve entrar em operação em 2023 com capacidade para processar 2,5 mil toneladas do grão por dia, após um aporte de R$ 552 milhões. No ano passado a cooperativa recebeu 2,42 milhões de toneladas de soja e 1,69 milhão de toneladas de milho, originárias do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Paraguai.

Com 23,3 mil cooperados e 11,8 mil funcionários no fim de 2020, a C.Vale produz carne de frango, de suíno e de peixe. As exportações renderam o equivalente a R$ 4,6 bilhões em 2020, principalmente com embarques de carne suína para o Reino Unido, China, Rússia, África do Sul e Filipinas, entre outros países, e a previsão para este ano é de R$ 5,4 bilhões. Até o fim de 2021 ela projeta alcançar 24,7 mil associados.