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Alca esbarra em novo impasse

Mercosul e grupo de 14 países, liderado pelos Estados Unidos, divergem novamente sobre abrangência de bloco.

Da Redação 06/02/2004 – 07h15 – As negociações sobre o formato da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) entraram ontem em suas 24 horas finais num virtual impasse, com o Mercosul de um lado e os Estados Unidos e 13 países (G-14) de outro, plantados em suas posições. Um jantar com chefes de oito delegações, organizado ontem pelo co-presidente americano do grupo, Peter Allgeier, para tentar um entendimento sobre a abrangência da Alca nos capítulos de acesso a mercado e agricultura não produziu avanços.

Segundo o principal negociador do Brasil, Luiz Filipe Macedo Soares, “as conversas foram repetitivas” e alguns chefes de delegação “voltaram a discutir o significado da declaração ministerial de Miami”, que reformatou a Alca, em novembro, de forma a diminuir o grau de ambição do acordo, como reivindicava o Brasil e o Mercosul. Uma reabertura do que foi acertado em Miami é considerada inaceitável pelo Brasil. Ocorre que cada país ou grupo de países entende de maneira diferente o que foi acordado em Miami.

O co-presidente brasileiro, Adhemar Bahadian, que fez questão de esclarecer que participou do jantar como “convidado”, descreveu a reunião como “uma coisa social”.

Lembrado de que as delegações tinham no máximo 36 horas para concluir uma negociação complexa e que praticamente ainda não começara, Bahadian deixou claro seu ceticismo. “Podia ter 360 horas porque o problema no fundo é que resta saber até que ponto os negociadores que aqui estão têm flexibilidade para negociar. E eu não sei o que eles esperam de contrapartida se forem fazer algum tipo de concessão.”

O co-presidente brasileiro já adiou sua partida de Puebla para amanhã. Segundo ele, as negociações poderão entrar pela noite de hoje. “Eu disse no jantar que era preciso haver um esforço de negociação, que até agora não existiu, porque as pessoas estavam trancadas em suas posições.”