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Argentina ainda é problema

Dirigente argentino critica as importações de carne suína e deixa claro seu posicionamento com relação ao Brasil.

Redação SI 19/03/2003Parece que mais uma vez o mercado suinícola exportador brasileiro poderá voltar a ter problemas com nossos vizinhos argentinos. Segundo matéria publicada nesta terça-feira (18), pelo Jornal La Nacion, os produtores de carne suína do País advertiram que os vertiginosos aumentos das importações deste produto congelado “põem em risco a continuidade e o incremento do setor”.

Segundo a matéria, em fevereiro último as compras externas aumentaram 40 vezes em volume, tendo ingressado na Argentina um total de 3100 toneladas de carne suína congelada, por um valor superior a três milhões de dólares.

Até aí, nenhum problema. Acontece que a mesma matéria enfoca o depoimento do presidente da Associação Argentina de Produtores de Suínos (AAPP), Juan Luís Uccelli, que deixa transparecer que tal realidade é decorrente de uma concorrência não muito bem vista do mercado brasileiro.

Argumentos argentinos – Para tanto, a matéria cita que em junho de 2002 encerraram-se as investigações de “dumping” que o setor privado argentino havia iniciado contra o Brasil, enquanto se negociava um acordo com a indústria automotriz. Nesta época, Uccelli diz que as importações de carne suína congelada eram de apenas 75 toneladas. “Todavia não podemos fazer porcos com carburador”, ironizou Uccelli, com o intuito de explicar o que considera falta de atenção da chancelaria, disse o La Nacion.

Além disso, Uccelli diz que a única via de resolução deste conflito, que seria um acordo entre os empresários de ambos os países, nunca foi possível porque os brasileiros não sentaram à mesa de negociação. “O setor suinícola é um dos mais golpeados historicamente, sendo muito mais pronunciado o abandono das autoridades nos últimos 12 anos, não somente deixando-o a deriva mas, pior, usando-o como moeda vulgar de câmbio”, denunciou a AAPP em um comunicado.

Uccelli continua mostrando sua insatisfação ao dizer que a cadeia da carne suína disponibiliza 60 postos de trabalho para cada milhão de peso faturado. Já, ao importar a carne congelada, o segmento utiliza somente 25% de sua capacidade operacional, favorecendo, desta forma, a mão-de-obra estrangeira. (do Rural Business)

Argentinos não querem suínos brasileiros
Suínos brasileiros não estão sendo bem vistos na Argentina. Os produtores locais de leitões afirmam que o território argentino está sendo invadido pelos similares provenientes do Brasil, e exigem medidas que impeçam o que definem como o eventual desaparecimento do setor na Argentina. Segundo a Associação Argentina de Produtores de Suínos (AAPP), o acelerado crescimento das importações de carne suína congelada coloca em risco a continuidade e o crescimento do setor.

O conflito que ameaça despontar entre o Brasil e a Argentina não é novo. Na verdade, seria a Terceira Guerra do Porco, já que desde 1995 os dois países confrontaram-se em duas ocasiões anteriores sobre o comércio da carne suína. (do Diário da Manhã/GO)