Baixas temperaturas e geadas fracas não provocaram perdas expressivas na agricultura
O registro em relação ao frango paranaense é de redução em 3,29% no custo de produção em abril, relativamente ao mês anterior, caindo de R$ 5,77 o quilo produzido para R$ 5,58
A massa de ar polar que chegou ao Paraná nesta semana provocou queda de temperaturas em praticamente todo o Estado e formação de geadas fracas em algumas regiões, mas sem registro de perdas expressivas em lavouras. O frio pode até ser benéfico em alguns casos, como no trigo. O assunto é analisado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 13 a 19 de maio.
Os técnicos do Deral apontam que, apesar da preocupação que a queda na temperatura traz aos produtores, especialmente em relação à segunda safra de feijão e de milho, ela também pode ter efeitos benéficos. O trigo, por exemplo, está com 46% da área semeada, mas as lavouras ainda não chegaram em estágio crítico para o frio. Pelo contrário, a atual onda favorece a aclimatação e estimula o perfilhamento.
Além disso, temperaturas negativas controlam a população de insetos e plantas que poderiam prejudicar o cereal. Nesse caso, a geada contribui para a redução no uso de produtos de combate às pragas, o que se torna importante para os triticultores em um momento em que os custos de produção continuam em patamares elevados.
MILHO E FEIJÃO – No caso da segunda safra de milho, a não formação de geada relevante em regiões produtoras, durante a semana, descarta cenário de perdas neste momento. Com a expectativa de que a temperatura se eleve nos próximos dias, as geadas também ficam descartadas. A maioria das lavouras (55% da área) está em fase de frutificação, com condições boas em 87% delas.
Para o feijão, os primeiros informes são de que as geadas ainda não foram tão fortes a ponto de se causarem perdas expressivas. Com isso, está mantida a última projeção do Deral de se produzir 605 mil toneladas em 301 mil hectares. A alteração que se percebe, para esta segunda safra, é que o feijão-preto ganhou mais espaço em relação ao tipo cores, devido aos preços convidativos do início do ano.
SOJA E TOMATE – O documento do Deral aponta ainda a expectativa de que o Valor Bruto de Produção (VBP) da soja em 2021, que deve ser divulgado dentro de alguns dias, atinja R$ 50 bilhões, o que representaria alta de 70% se comparado com o ano anterior, ainda que a produção seja ligeiramente inferior ao recorde conseguido em 2020, de 20,7 milhões de toneladas.
O boletim também registra a queda no preço do tomate. Na Ceasa de Curitiba, as caixas de 20 quilos tiveram os preços reduzidos em 40% e foram comercializadas, neste mês, por R$ 90. Em abril, o valor estava em R$ 160. A tendência é que até setembro recuem ainda mais, na medida em que a colheita avança.
AVICULTURA E PISCICULTURA – O registro em relação ao frango paranaense é de redução em 3,29% no custo de produção em abril, relativamente ao mês anterior, caindo de R$ 5,77 o quilo produzido para R$ 5,58. A alimentação, principal item, passou a representar 75,79% do custo de produção, uma queda de 3,35% em relação a março. No entanto, se comparar com os últimos 12 meses, houve aumento de 9,45%.
A atividade envolvendo pescados ainda é pequena no Paraná. Em 2020, atingiu R$ 1 bilhão em Valor Bruto de Produção, representando 0,8% do VBP total do Estado. Mas o boletim acentua que a atividade está em expansão, sobretudo em relação à tilápia, com expectativa de crescimento acima de 20% ao ano.
Assuntos do Momento

Exportações de carne suína à China diminuem, mas envio a outros países aumenta
É importante ressaltar que a China vem diminuindo a necessidade de comprar proteína no mercado internacional
Mesmo com entrada de 2ª quinzena, preços no mercado de suínos sobem
Segundo pesquisadores do Cepea, no caso do animal vivo, esse movimento de reação é influenciado pela baixa disponibilidade de suíno em peso ideal para abate, pelo clima ameno e por eventos festivos que favorecem o consumo

Rio de Janeiro sedia o principal evento científico da suinocultura mundial
Mercado, ciência e as projeções para a suinocultura mundial serão debatidos durante o IPVS 2022

Rebanho de matrizes suínas da China tem primeiro aumento mensal em um ano
O rebanho vinha se contraindo no ano passado, já que a queda nas margens dos suínos levou alguns fazendeiros a sair do mercado

Aumento da margem de carne suína na China pode beneficiar grandes indústrias, como JBS e BRF
Após a redução no rebanho que vinha ocorrendo em função da diminuição da margem de carne suína na China, maio foi o primeiro mês de aumento do rebanho em 2022

Produção global de carne suína em 2022
Por Osler Desouzart, CEO da ODConsulting