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EUA

Bancos de alimentos se preparam para receber grande doação do USDA

O governo deve gastar quase metade do montante total em carne suína

Bancos de alimentos se preparam para receber grande doação do USDA

Os bancos de alimentos dos Estados Unidos estão se preparando para receber grandes volumes de carne suína, maçãs e queijos que o governo do país concordou em comprar de agricultores e criadores afetados por disputas comerciais. No fim de agosto, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) disse que faria pagamentos diretos de US$ 4,7 bilhões a produtores rurais prejudicados por tarifas e compraria US$ 1,2 bilhão em produtos agrícolas. Segundo o USDA, essas compras vão se concentrar em commodities de maior valor destinadas à exportação e não estão relacionadas às compras feitas pelo governo para merendas escolares e outros programas de assistência nutricional.

O governo deve gastar quase metade do montante total em carne suína, e cerca de US$ 90 milhões em maçãs. Outros US$ 90 milhões serão gastos em produtos lácteos. Pistache, manteiga de amendoim, figo e suco de laranja também estão entre as cerca de 30 commodities que serão compradas.

As compras serão feitas durante quatro trimestres a partir deste mês, disse o USDA. A Feeding America, uma rede nacional de 200 bancos de alimentos, disse que essas commodities vão adicionar 431 mil toneladas às cerca de 318 mil toneladas que chegam aos bancos anualmente.

Executivos desses bancos se disseram felizes com a oportunidade de alimentar mais pessoas, mas demonstraram preocupação com os custos e desafios logísticos envolvidos. “Até mesmo a comida grátis tem um custo”, disse Carmen Del Guercio, executivo-chefe do Banco de Alimentos de Maryland. O custo para a entidade sem fins lucrativos é de 23 centavos de dólar para armazenar e entregar 450 gramas de alimentos, disse. Atualmente, não existem recursos públicos destinados a compensar os custos desse fluxo inesperado de alimentos.

A Feeding America está fazendo lobby junto ao USDA e ao Congresso para conseguir entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões para distribuir os alimentos extras. “É uma quantidade à qual não estamos acostumados”, disse Kate Leone, vice-presidente sênior de relações governamentais da Feeding America. “Esse é o nosso desafio: descobrir como nunca recusar alimentos bons que as pessoas podem consumir e, ao mesmo tempo, conseguir distribuí-los de uma forma que faça sentido.”

Sem recursos do governo, os bancos de alimentos disseram que terão de recorrer a doadores privados. Segundo Leone, o governo federal paga cerca de 22% dos custos de distribuição do estoque regular. Alguns outros bancos disseram que a ajuda do governo cobre cerca de metade desses custos.

O Banco de Alimentos de Oregon disse que espera receber quase 14 mil toneladas de alimentos nos próximos 12 meses, o que dobraria seus estoques e acrescentaria cerca de US$ 500 mil aos custos operacionais anuais, de cerca de US$ 67 milhões. “É muito mais barato do que comprar os alimentos, mas ainda é um dinheiro que precisa ser levantado”, disse a executiva-chefe Susannah Morgan.