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Brasil exportará e importará milho

Vendas para o mercado externo devem ser mais intensas no primeiro semestre deste ano.

Da Redação 11/04/2002 – Na safra passada o destaque no mercado de milho foi para as exportações de 5,6 milhões de toneladas, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra 2001/2002 deverá se intensificar a tendência de o Brasil ser vendedor e comprador de milho. Embora as estimativas não apontem para essa tendência, já há sinais no mercado de que as exportações serão mais intensas no primeiro semestre, com destaque para o milho da Região Sul e algumas iniciativas de Mato Grosso. Já no segundo semestre, o mercado se inverterá, com crescimento das importações do Nordeste do Brasil. Por que exportar e depois importar? Será que não seria mais racional estocar o produto no primeiro semestre e vender no segundo?

Grande liquidez – Em uma economia aberta, com baixas tarifas de importação no Brasil e nos países compradores mundiais, quando se trata de um produto padronizado, com grande liquidez no mercado internacional e sazonalidade claramente definida entre a produção dos Hemisférios Norte e Sul, nada mais natural do que um país ser comprador e vendedor ao mesmo tempo. Os fluxos de entrada e saída de produto dependerão de uma conta simples: quanto custará para um produtor, armazenador, cooperativa ou trading para armazenar o produto de um semestre para outro? A depender da expectativa de preços no segundo semestre e do custo de armazenagem, a estratégia mais racional é exportar na safra brasileira e entressafra dos EUA e importar na entressafra brasileira e na safra dos EUA.

O mercado se comportará dessa forma com mais clareza em 2002. Os dados da Conab apontam para exportações ao redor de 2 milhões de toneladas, bem inferiores aos 5,6 milhões da safra passada, e importações de 600 mil toneladas, o mesmo da safra 2000/2001. Esses números, no entanto, poderão estar subestimados porque a Conab não está levando em conta um fluxo intenso de saída no primeiro semestre determinando um fluxo maior de entrada no segundo. Se for exportado 1 milhão a mais de toneladas do que o previsto pela Conab, as importações terão de crescer ao redor desse valor também.