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Carne de javali

Começa a chegar ao varejo o produto, abatido pela cooperativa de criadores do Rio Grande do Sul.

Redação SI 08/11/2002 – A partir de dezembro, a carne de javali deverá ganhar mais espaço no varejo gaúcho. A cooperativa de criadores do Rio Grande do Sul (Cooperjavali) começará a abater animais oriundos de cativeiros espalhados pelo Estado.

Supermercados e restaurantes, que já compram dos proprietários, poderão agora exibir a origem do produto, distinguindo-o do porco bagual, cuja caça foi liberada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 11 municípios gaúchos.

Com o advento da Cooperjavali, criada neste ano, os produtores querem mostrar aos consumidores a diferença entre os dois animais, destacando que o de cativeiro atende a exigências sanitárias rígidas que incluem até um chip eletrônico na orelha do exemplar, berçário e telas de segurança no criatório. Segundo o presidente da cooperativa, Geraldo Portanova Leal, existem no Estado 97 criadores legalizados pelo Ibama, em processo de registro definitivo para criador comercial da fauna silvestre exótica. O plantel é de, aproximadamente, 2,3 mil matrizes, controladas por técnicos especializados.

Fiscalização do Ibama

A criação de javalis no Brasil é regulamentada pelo Ibama e deve atender a exigências como uma tela de segurança. Ao nascer, o javardo (filhote) recebe um microchip e é vacinado. Pela legislação, todo o criador é obrigado a ter um veterinário, e a carne deve ser abatida em frigorífico licenciado pelo Ibama. O produto deve ter seu rótulo aprovado pelo Ministério da Agricultura.

Na Morada da Figueira, propriedade localizada no Beco dos Cachorros, em Viamão, Leal e três sócios têm um plantel de 30 matrizes e abatem, mensalmente, 20 animais, entregues à Companhia Zaffari. O local atende ao padrão Ibama, no modelo semi-extensivo (os animais vivem em piquetes). Existem ainda no Estado criações intensivas, com baias, maternidade e solários (áreas de insolação). Também na Javaaz, em Palmares do Sul, o cuidado é o mesmo. O proprietário, Dario Mello Bastos, tem 65 matrizes em cativeiros e abate 35 animais por mês. A carne vai para supermercados paulistas e restaurantes de Porto Alegre.

Outra aposta é que, com o aumento da quantidade, o preço do produto tende a baixar. Os criadores vendem ao varejo por uma média de R$ 16 o quilo, preço que já foi superior quando eram raros os criatórios aptos ao abate. A cotação da iguaria varia de R$ 21 a R$ 30 nos açougues e supermercados. Nos restaurantes, um prato com javali custa entre R$ 25 e R$ 40.

EM CATIVEIRO

As exigências sanitárias para a criação de javalis:

– A criação de javalis no Brasil é regulamentada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
– Todo o criatório deve ter uma tela de segurança de 1,80m de altura com baldrame de 0,40cm.
– Todo o plantel deve ser microchipado (equipamento do tamanho de um grão de arroz, colocado diretamente na orelha ou em um brinco).
– Os animais somente são transportados com Licença de Transporte do Ibama e Guia de Transporte Animal.
– As propriedades devem ter tratamento de dejetos.
– O calendário de vacinação preventiva é o mesmo usado pela suinocultura.
– Pela legislação, todo criatório é obrigado a ter um veterinário.
– A carne de javali para comércio deve ser abatida em frigorífico licenciado pelo Ibama e ter seu rótulo aprovado pelo Ministério da Agricultura.
– Os estabelecimentos que industrializam, beneficiam e comercializam carne de javali devem ter obrigatoriamente credenciamento no Ibama, por tratar-se de uma carne oriunda de animal exótico (não faz parte de nossa fauna nativa).
– O javali em cativeiro pode ser criado de forma intensiva (instalações apresentam baias e solários área de insolação) ou semi-extensiva (animais em piquetes). Existem estudos para verificar qual é a melhor instalação para o javali.
– O javali é um animal de terminação demorada, chegando aos 40 quilos somente aos seis meses, elevando com isto seu custo de produção, que fica em torno de R$ 5 o quilo vivo. A matriz, que é chamada de javalina, produz ninhadas de aproximadamente cinco a seis filhotes, chamados de javardos.
– A maioria dos criadores tem o javali como atividade secundária. São empresários, profissionais liberais e pequenos produtores que estão apostando na pecuária alternativa.
– A carne de javali tem como principais características leveza e baixos índices de colesterol (em razão de não apresentarem o marmoreio gordura entre as fibras musculares), além de ter um sabor totalmente diferenciado das carnes comumentes consumidas.


Informações

– Acrijavali: (51) 9966-8186
– Cooperjavali: (51) 3268-4585 e (51) 9971 8281