As autoridades chinesas exoneraram 223 funcionários por não terem cumprido o seu dever em conter o surto de peste suína africana que se iniciou em agosto de 2018, anunciou esta quarta-feira o portal de notícias Caixin.
Segundo um comunicado publicado pela direção provincial do Partido Comunista da China (CPC) e citado pela agência noticiosa Efe, 181 funcionários das regiões de Liaoning (nordeste), 14 de Anhui (leste) e 28 de Hunan (centro), foram sancionados com deméritos, advertências ou, em alguns casos, demissões.
O processo foi realizado após uma investigação do Conselho de Estado (Executivo) que descobriu que, nessas três províncias, algumas autoridades tinham ignorado ordens e proibições e não tinham cumprido as suas obrigações.
Em Liaoning, a província onde o primeiro caso do surto foi detetado, alguns funcionários públicos adiaram a aplicação de medidas preventivas ou deliberadamente retiveram informações.
As três regiões mencionadas apresentam o maior número de casos na China.
A peste suína africana, com uma elevada taxa de mortalidade entre porcos e javalis, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é uma doença hemorrágica altamente contagiosa que pode provocar a morte entre dois e dez dias após ter sido contraída.
A carne de porco representa uma das principais fontes de alimentos do país asiático, que se caracteriza como o principal produtor e consumidor global de carne deste animal.
O surto, declarado em 3 de agosto de 2018, provocou uma contração dos negócios devido às restrições impostas à venda de produtos suínos.
Em algumas regiões como Sichuan (centro) chegaram a proibir a importação de carne suína fresca para evitar a disseminação da doença.
No final de novembro de 2018, as autoridades revelaram que a doença tinha provocado o abate de cerca de 600 mil suínos, um número que poderá ter aumentado desde então, uma vez que continuaram a ser registados casos em diferentes partes do país.
Desde agosto de 2018, que o surto de peste suína se espalhou para 23 províncias do país.