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Controle da Aujeszky

A doença ataca suínos, bovinos, ovinos, caprinos, cães e gatos. E, no futuro, poderá tornar-se barreira sanitária para a exportação de carne.

Redação SI 25/03/2002 – A doença de Aujeszky, também conhecida como pseudo-raiva, acomete suínos, bovinos, ovinos, caprinos, cães, gatos e até animais selvagens. A espécie suína, no entanto, é a única que desenvolve a patologia em seu ciclo completo. Quando adoece, passa a disseminar o vírus, assumindo a condição de pivô epizootiológico.

Nos outros animais, o mal tem ciclo incompleto, pois eles morrem quando desenvolvem a infecção. Segundo o professor do Departamento de Patologia da Escola de Veterinária da UFG, Jurij Sobestiansky, o primeiro registro da Doença de Aujeszky foi na década de 50, referindo-se, basicamente, a bovinos. Em seguida, numa segunda fase, alguns surtos em suínos foram registrados, mas considerados pouco importantes.

Em sua terceira fase ela passou a atingir, principalmente, os suínos e a quarta fase tem se caracterizado por uma maior preocupação em erradicar a doença, embora o número de casos registrados seja pouco significante em todo o País e, sobretudo em Goiás, onde as granjas tecnificadas são consideradas livres da doença.

As ações visando à erradicação encontram-se mais adiantadas em Santa Catarina, onde a Embrapa Suínos e Aves conduz os trabalhos, informa o professor Jurij Sobestiansky. Em Goiás foi realizado amplo estudo sorológico, como atividade integrante do curso de mestrado em Sanidade Animal da Escola de Veterinária e comprovou-se que a doença só ocorre em criatórios precários, onde suínos e bovinos são criados juntos.

Alunos e professores visitaram fazendas onde ocorreram mortes de bovinos, em que existiam condições propícias para a manifestação da doença. O sangue dos suínos foi coletado e em algumas amostras constatou-se a presença do vírus, conta o professor. “Isso significa que, nas fazendas onde o suíno vive em promiscuidade com bovinos, esse animal pode ser um portador assintomático da doença”.

Prezuízo econômico –
O vírus da doença de Aujeszky, quando entra ou é introduzido numa propriedade tecnificada, eleva substancialmente a taxa de mortalidade entre os leitões, vitimando, sobretudo, os mais novos. A Embrapa Suínos e Aves, em estudo do custo do surto da doença em uma granja de ciclo completo, com 2.815 matrizes e 28 machos, no prazo de seis meses, constatou prejuízo equivalente a 12,5 mil suínos em ponto de abate, o que à época representava 3% da receita anual da propriedade.

Nesse estudo, explica Jurij Sobestiansky, foram considerados abortos, mortes, aumento das despesas com medicamentos e comparação da produtividade no período de seis meses anteriores à identificação do surto e seis meses após.

Muitos países da Europa estão empenhados em erradicar a doença, em função dos prejuízos que ela causa. Essa preocupação revela que a pseudo-raiva, futuramente, pode se tornar uma barreira à exportação de carne. A Aujeszky está classificada na lista B da Organização Internacional de Epizootias (OIE), entre as doenças transmissíveis consideradas de grande importância do ponto de vista socioeconômico ou sanitário em nível nacional, cujas repercussões no comércio internacional de produtos de origem animal são consideráveis.