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Bioenergia

Criptomoeda pode aumentar a rentabilidade dos biodigestores

Vendendo o excedente energético, Villatoro, acredita que o suinocultor estaria transformando energia elétrica em dinheiro

Criptomoeda pode aumentar a rentabilidade dos biodigestores

Não é novidade que produtores do Vale do Piranga utilizam os biodigestores para transformar dejetos em energia. Muitas vezes, essa energia gerada é suficiente para suprir os gastos da atividade e ainda produzir uma sobra, que pode ser compartilhada com a rede da Cemig. Mas, por que não transformar essa sobra em renda extra para a manutenção da suinocultura? Apesar de presente apenas no ambiente virtual, as cripitomoedas (como o Bitcoin) podem ser alternativas interessantes para esse excedente energético.

Para entender melhor o assunto, conversamos com João Victor Guerra Villatoro, sócio fundador da TMJ Soluções Blockchain – empresa especializada em matriz energética. Ele explica que, basicamente, a empresa compra a energia elétrica excedente do produtor. “Criamos uma nova alternativa ao escoamento do excedente energético do biogás do suinocultor, que antes apenas podia converter sua energia excedente em créditos com a fornecedora Cemig”, diz Villatoro. “Compramos a energia elétrica para abastecer nossas máquinas mineradoras”, explica.

Mas, afinal, o que são essas máquinas mineradoras? Antes de aprofundar, é preciso entender o que é uma criptomoeda. Villatoro explica que é uma “moeda virtual”, ou um código virtual, que pode ser convertido em valores reais. Sua negociação acontece pela internet, caracterizada pela ausência de um sistema monetário regulamentado (como, por exemplo, o Banco Central do Brasil). “Da mesma forma que a moeda física possui números de série, marca d´água e outros dispositivos de segurança, a criptomoeda utiliza criptografia, ou seja, códigos extremamente difíceis de quebrar, para garantir transações muito mais seguras”, explica.

Essa “moeda virtual” já é uma realidade de investimento de grandes empresas, como a Microsoft, além de governos como os Emirados Árabes, Estônia e Singapura. No entanto, para conseguir essa criptomoeda, é necessário ter uma “máquina mineradora”, ou seja, um computador com alta capacidade de processamento. Em resumo, as máquinas precisam efetuar milhares de cálculos por segundo para encontrar a combinação perfeita e “minerar”, na internet, a criptomoeda, por isso precisam de muita potência e, consequentemente, de grandes quantidades de energia elétrica. E é aí que entra a suinocultura. Com a produção de biogás, decorrente dos dejetos da suinocultura, pode-se gerar energia o suficiente para abastecer a granja e ainda alimentar uma “planta de mineração” – ou seja, manter esses computadores em atividade.

Vendendo o excedente energético para a TMJ Soluções Blockchain, Villatoro acredita que o suinocultor estaria transformando uma energia elétrica que não estava sendo utilizada, em dinheiro, de forma ambientalmente limpa, visto que a empresa não demanda nenhum tipo de investimento, apenas um espaço físico para as máquinas mineradoras.