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Dólar abre em queda após Copom intensificar alta da taxa de juros

Na quarta-feira, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,15%, cotada a R$ 5,1838

Dólar abre em queda após Copom intensificar alta da taxa de juros

O dólar opera em queda nesta quinta-feira (5), após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir intensificar a alta da taxa básica de juros, como o esperado pelo mercado, elevando a atratividade da moeda brasileira.

Às 9h23, a moeda norte-americana recuava 0,60% frente ao real, cotada a R$ 5,1528. 

Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,15%, a R$ 5,1838. Na semana e no mês, tem queda de 0,5%. No ano, acumula leve recuo de 0,07% frente ao real.

Cenário

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (4) elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 4,25% para 5,25% ao ano. O aumento de um ponto percentual veio dentro do esperado pelos analistas do mercado financeiro, que estimam a taxa em 7% ao final deste ano em meio à inflação persistente.

Em nota, o Copom sinalizou que fará outra alta de um ponto percentual na próxima reunião, que acontecerá em 21 e 22 de setembro. O comitê sinalizou, ainda, que a taxa Selic deve encerrar o ano acima do patamar considerado de “juro neutro”.

O percentual de 6,5% é entendido, pelo Banco Central, como o “juro neutro”, ou seja, que não acelera nem desacelera a inflação. Com a sinalização, o Copom indica que deve subir até o fim do ano a Selic para além de 6,5%, em linha com o que espera o mercado financeiro. Patamares acima do neutro são chamados de juros restritivos, voltados a contrair o consumo para controlar a inflação.

Na visão dos analistas, uma Selic mais elevada tende a contribuir para uma valorização do real frente ao dólar, uma vez que diferencial entre os juros internos e externos, tornam os ativos brasileiros mais atrativos para o investidor estrangeiro, favorecendo uma maior entrada de dólares no país.

Embora deva receber apoio do Banco Central, o real ainda pode ser pressionado pelo cenário fiscal doméstico incerto, agitado recentemente pela intenção do governo de alterar a dinâmica de pagamento de precatórios.

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para parcelamento dos precatórios irá prever a constituição de um fundo alimentado com receitas de privatizações, venda de imóveis e dividendos de estatais, recursos que terão destinação carimbada e ficarão fora do teto de gastos.

Críticos avaliam que ela representa uma maneira criativa de o governo aumentar substancialmente os gastos em ano eleitoral ao adotar uma espécie de calote para o pagamento de dívidas.

“Em véspera de ano eleitoral, o mercado fica com medo de que governo esteja postergando (o pagamento da) dívida, fica com um pé atrás”, avaliou Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio.