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Frigoríficos se adaptam às exigências européias

O objetivo é agilizar a abertura do comércio da carne suína brasileira à Europa.

Redação SI 28/11/2002 – Os frigoríficos estão iniciando novo esforço para abrir o mercado europeu à carne suína brasileira. Depois da missão da EU, que visitou Santa Catarina em março, ter feito duras críticas ao sistema de controle sanitário, as agroindústrias buscam atender as recomendações dos técnicos do bloco e investem em suas instalações físicas e no rastreamento dos animais.

Para auxiliar o setor, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Consumidora de Carne Suína (Abipecs) montou uma comissão que se reúne com os técnicos das empresas. A Seara, do grupo Bunge, está ajustando o fluxo de produção de algumas fábricas e investindo no controle do trânsito dos animais. Conforme Claúdio Marcon, diretor do negócio suínos da empresa, os trabalhos serão concluídos no primeiro semestre de 2003. A Aurora também investe em rastreamento e sanidade animal.

Os trabalhos, contudo, seguem em ritmo mais lento que o previsto. As empresas resistem a gastar grandes somas de recursos, sem saber se haverá contrapartida do governo, já que o sistema de inspeção federal foi duramente criticado pelos técnicos da UE. “O principal problema apontado pelos europeus foi a falta de alinhamento na atuação dos governos federal e estadual”, afirma Roberto Banfi, diretor de vendas internacionais da Sadia. Conforme o executivo, a empresa tem um projeto de reformas na unidade de Concórdia, mas precisa ser terminada. “Se sentirmos que o governo está fazendo seu dever de casa, agiremos rapidamente”, diz.

Luiz Carlos de Oliveira, secretário de Defesa Agropecuária, informa que o trabalho do governo está em andamento. “Respondemos as dúvidas da UE sobre o sistema de inspeção e estamos supervisionando o trabalho de recadastramento das propriedades feito governo estadual”. Oliveira diz ainda que está sendo renovado um convênio com o Estado, para repasse de recursos.

Conforme Claúdio Martins, diretor-executivo da Abipecs, a entidade pretende contar com a participação do governo em sua comissão, por isso convidou um técnico do Ministério da Agricultura para integrá-la, que ainda não foi indicado. “Quando a parte privada estiver concluída entregaremos um relatório ao governo”, diz Martins.

“Não recebi convite algum”, diz Oliveira. Ele explica que as indústrias já foram notificadas de suas falhas. “As missões da iniciativa privada e do governo estão bem definidas”, completa. O governo federal aguarda um relatório sobre a conclusão das medidas adotadas pelo governo de Santa Catarina para pedir que uma nova missão da UE venha ao Brasil em 2003. A liberação pode demorar até 18 meses.