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Governo pode estimular o plantio de milho este ano

Temendo o desabastecimento interno, o governo destinou ao preço mínimo do milho o maior percentual de correção.

Da Redação 31/07/2002 – O governo poderá adotar medidas adicionais de estímulo ao cultivo do milho se constatar uma baixa venda de sementes no plantio da safra de verão, informou ontem em Curitiba o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. “Mas não sou pessimista e, por enquanto, não há a necessidade de mudar a política agrícola, que está na rota certa”, afirmou o ministro, após participar de uma videoconferência para detalhar o Plano Safra 2002/03.

Temendo o desabastecimento interno, o governo destinou ao preço mínimo do milho o maior percentual de correção – 28% – e lançou, pela primeira vez, contratos de opção (venda antecipada da produção), com preço de R$ 15 a saca de 60 quilos. “No Paraná, por exemplo, a tomada das opções, que já está sendo feita, foi pequena, indicando que os agricultores esperam preços melhores que R$ 15 na época da safra”, afirmou.

Na opinião de Célio Porto, secretário de Política Agrícola do ministério, o milho poderá obter, na próxima safra, “preços tão ou até mais remuneradores que a soja”, porque o mercado interno caminha para a paridade com a exportação. Os preços recordes da soja no mercado internacional, a queda da produção e as exportações são os fatores que ameaçam o abastecimento interno de milho.

No Paraná, maior produtor nacional do cereal, a seca provocou quebra superior a 40% na safrinha (de inverno) e a Secretaria Estadual da Agricultura prevê queda de 4,5% na área plantada na safra de verão, com a transferência de terreno para a soja. A previsão de colheita para a safra 2001/02, que está em conclusão, é de 36 milhões de toneladas, 13% a menos que na anterior.

“É bom ficar nos dois (soja e milho). Mas o cultivo do milho é fundamental para as exportações de carnes, que têm mais valor agregado”, aconselhou o ministro. Pratini sugeriu que estados e municípios se engajem na estratégia federal de estimular a cultura. Segundo o secretário de Política Agrícola, o governo comprará até 5 milhões de toneladas por meio dos contratos de opção.