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Investimento em infra-estrutura

Governadores cobram incentivos do governo federal ao agronegócio.

Da Redação 23/03/2004 – 05h12 – As questões internas e externas que emperram o crescimento do agronegócio brasileiro foram discutidas nesta segunda-feira, dia 22, durante a Conferência Agro-Brasil 2004: Desafios e Oportunidades. O evento contou com a presença de três governadores: de São Paulo, Geraldo Alckmin, do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e de Goiás, Marconi Perillo, além de representantes do setor agrícola de ponta e especialistas de todo o país. Os três foram unânimes em afirmar que o agronegócio necessita de máxima atenção do governo federal no sentido de assegurar o crescimento sustentável do Brasil.

Responsável por 70% da pauta exportadora brasileira, a agropecuária salvou a lavoura das contas externas nacionais em 2003, apresentando um superávit setorial de US$ 22,7 bilhões, o que representa 91,5% do saldo total da nossa balança comercial, e 37% dos empregos gerados no Brasil. Alckmin comentou que o agronegócio brasileiro cresceu em mais de 6% do PIB, sendo responsável pela totalidade do superávit da balança comercial brasileira, o que é muito importante para São Paulo.

“As pessoas não atentam para isso. Acham que São Paulo é mais voltada para a indústria. Mas a agropecuária responde por 4% do PIB paulista, e o agronegócio, por 40% do PIB paulista” disse o governador, ressaltando que “o agronegócio é o negócio de São Paulo e precisa crescer mais ainda”.

Alckmin disse que o país tem de aproveitar a boa oportunidade do cenário internacional econômico. Quanto à infra-estrutura, um dos gargalos que deve ser resolvido, na sua opinião, é a questão da logística. Outro ponto unânime entre os governadores é de que a União deve investir em logística (para garantir um melhor escoamento da produção em boas rodovias, além de ter mais armazenamentos) e diminuir a taxa de juros para ajudar o produtor.

Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (Ipea), a produção agropecuária paulista atingiu em 2003, R$ 24,55 bilhões, um acréscimo de 16,71% em relação a 2002. Em 2003, as exportações paulistas representaram 23,6% do total exportado pelo agronegócio brasileiro. São Paulo exportou US$ 7,67 bilhões, ou seja, 17,3% a mais que os US$ 6,54 bilhões exportados em 2002.

O secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Duarte Nogueira, disse que o agronegócio empurrou o Estado para o nível superavitário, e, ao mesmo tempo, tem permitido garantir o abastecimento interno dos 37 milhões de habitantes no Estado, gerando os excedentes exportadores, mesmo com a limitação geográfica do Estado.

“Não somos o maior Estado geograficamente. Mesmo assim, São Paulo continua sendo a maior plataforma agrícola entre as 27 unidades da federação”, disse.