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Milho e soja em ritmo de estabilização

Preços médios mensais caíram em junho na bolsa de Chicago, mas patamares ainda estão elevados

Milho e soja em ritmo de estabilização

A tendência de acomodação das cotações dos grãos em patamares mais baixos ganhou força e, depois de 12 meses consecutivos de valorizações, soja e milho encerraram junho com preços médios mensais menores que um ano antes na bolsa de Chicago. Ainda assim, os contratos futuros de segunda posição de entrega das duas commodities alcançaram, no primeiro semestre, valores médios mais de 60% superiores aos do mesmo período de 2020.

Cálculos do Valor Data baseados nesses papéis mostram que, no caso da soja, a média do mês passado foi 6,87% menor que a de maio, mas subiu 17,82% em relação a dezembro e 64,44% em comparação com junho de 2020. Assim, a média semestral foi 62,82% maior que a de janeiro-junho do ano passado.

No mercado de milho, o movimento é parecido. A média de junho foi 7,41% menor que a de maio, mas ainda com altas de 34,1% em relação a dezembro e de 76,83% ante junho de 2020. Na comparação entre os primeiros semestres, o aumento chegou a 61,65%.

No milho e na soja, as valorizações mensais nas comparações anuais já giraram em torno de 100%, mas, de qualquer forma, os percentuais atuais continuam elevados. Embora movimentos de fundos tenham reduzido os aumentos, os fundamentos seguem “altistas” para os preços e, segundo analistas, há espaço para novos saltos nos próximos meses.

Ontem, por exemplo, novas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para áreas plantadas no país na safra 2021/22 e para os estoques americanos deram fôlego às cotações (ver matéria Dados sobre área e estoques nos EUA podem dar novo fôlego aos preços). Problemas climáticos afetam a produção da segunda safra de milho no Brasil, e a demanda internacional pelos grãos seguem firme. O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, e os embarques de milho do país só ficam atrás dos americanos.

Na bolsa de Nova York, onde são negociadas “soft commodities” também muito exportadas pelo Brasil, junho foi de altas na comparação com as médias de maio. Com isso, as cotações também continuam em nível elevado.

O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) liderou as valorizações mensais. O valor médio dos contratos de segunda posição recuperou-se de quedas recentes e subiu 5,3% em relação a maio. Na comparação com a média de dezembro, houve alta de 0,55%, mas em relação a junho do ano passado, o resultado ainda foi 1,48% inferior. A média do primeiro semestre deste ano, por sua vez, foi 6,48% superior à de igual intervalo de 2020.

No mercado de café, a média de junho foi 4,81% mais elevada que a do mês anterior, e apresentou avanços de 22,75% ante dezembro e de 60,51% na comparação com junho do ano passado. Na relação entre os primeiros semestres, o aumento foi de 28,02%.

As cotações encontram sustentação, no momento, em adversidades climáticas no Centro-Sul brasileiro. Depois da falta de chuvas, são as geadas observadas em regiões produtoras que oferecem suporte.

O clima no Brasil também ajuda a manter os preços do açúcar em alta. Em junho, os papéis de segunda posição registraram média mensal 0,68% maior que a de maio; as valorizações ante dezembro e junho de 2020 foram de 24,23% e 45,68%, respectivamente. Já a média do primeiro semestre foi 33,12% mais elevada que a do intervalo de janeiro a junho de 2020.

O algodão, por fim, continuou em trajetória ascendente e fechou junho com preço médio 2,03% maior que o de maio e altas de 15,44% ante dezembro e 44,47% sobre junho de 2020. Na comparação semestral, o avanço foi de 39,88%.