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Muitas razões para comer mais carne de porco

"Por ser repleta em proteínas, vitaminas e minerais, pode ser uma excelente opção para quem quer seguir uma dieta saudável."

Muitas razões para comer mais carne de porco

A carne de porco é o tipo de carne mais popular do mundo. Por ser repleta em proteínas, vitaminas e minerais, pode ser uma excelente opção para quem quer seguir uma dieta saudável.

Rica em proteínas e com quantidades variáveis de gordura, uma porção de 100 gramas de carne de porco como o lombo fornece, em média: Calorias: 176 kcal; Proteínas: 22,6 gramas; Carboidratos: 0 gramas; Gorduras: 8,8 gramas.

Como toda carne, a carne de porco é composta principalmente de proteínas e contém todos os nove aminoácidos essenciais necessários para o crescimento e a manutenção do seu corpo. Assim, é uma das fontes alimentares mais completas de proteínas que existem.

Esta proteína irá ajudá-lo a construir ossos, músculos, cartilagens e pele fortes. Seu corpo também usa proteína para construir e reparar tecidos, bem como produzir enzimas, hormônios e outros produtos químicos.

Um quilo de carne de porco, citando o exemplo do lombo, produz 226 gramas de proteína, que seu corpo usará para se abastecer e reparar.

É importante ter em mente que o consumo inadequado de proteínas fará com que sua sensação de fome entre as refeições seja maior. Portanto, sem consumir uma boa quantidade de proteína diariamente, você terá uma chance maior de comer o tempo todo e de ficar acima do peso ou até mesmo obeso, especialmente se suas escolhas em termos de saúde envolverem o consumo de carboidratos refinados e excesso de carboidratos na dieta.

Superada a questão da proteína e de sua importância, é necessário mencionar que a carne de porco contém quantidades variáveis de gordura, dependendo do corte, mas antes que surja qualquer preocupação, você precisa saber que as gorduras de origem animal são saudáveis para você.

Uma das melhores atitudes em termos que nutrição que você pode tomar é excluir gorduras vegetais (óleos extraídos de culturas como soja, canola, milho e algodão) e incluir gorduras animais saudáveis em sua dieta diária, pois essas são naturalmente boas fontes de EPA e DHA, componentes do ômega 3.

Tanto o EPA quanto o DHA servem como alicerces dos compostos anti-inflamatórios e pró-cura chamados resolvinas e protectinas, que ajudam a prevenir a inflamação crônica. Eles também estabilizam a atividade elétrica das membranas celulares cardíacas, reduzindo o risco de arritmias.

A gordura é tão importante para todas as células do corpo que podemos produzir gordura a partir de qualquer coisa, mas isso não significa que essas são as maneiras ideais de obter gorduras. Pelo que sabemos, o corpo prefere obter sua gordura diretamente da dieta, para que não precise passar pelo incômodo de transformar outros ingredientes da dieta em gordura.

Como outros tipos de carne vermelha, a carne de porco é composta principalmente de gorduras saturadas e gorduras insaturadas – presentes em quantidades aproximadamente iguais.

Nosso corpo precisa dos dois tipos de gorduras – saturadas e insaturadas. As gorduras saturadas são boas para fins de isolamento (mielina), amortecimento (gordura abdominal ao redor de nossos órgãos) e armazenamento (gordura corporal sob a pele). As gorduras não saturadas são boas para fins de flexibilidade e fluidez, como em membranas e fluidos corporais.

Ou seja, não faz sentido pensar em um tipo como inerentemente saudável e o outro como inerentemente não saudável.

A crença equivocada de que gorduras saturadas causam doenças cardíacas está enraizada em um famoso estudo publicado em 1970, chamado “The Seven Countries Study”, no qual o cientista Ancel Keys afirmou que pessoas em países onde mais gordura animal era consumida tinham mais doenças cardíacas do que as pessoas em países onde foi consumida menos gordura animal.

Não apenas este estudo foi um estudo epidemiológico e, portanto, incapaz de provar um nexo de causalidade entre qualquer fator alimentar e qualquer doença, mas houve inúmeros estudos que mostram que não há nenhuma conexão entre a gordura saturada e a doenças cardíacas, incluindo um estudo de 22 países publicado por Yerushalmy e Hilleboe em 1957.

Ao contrário da visão aceita, que não tem base científica, as gorduras saturadas não obstruem as artérias nem causam doenças cardíacas. Na verdade, o alimento preferido para o coração é a gordura saturada; e as gorduras saturadas diminuem uma substância chamada Lp(a), que é um marcador muito preciso da propensão a doenças cardíacas.

As gorduras saturadas desempenham muitos papéis importantes na química do corpo. Fortalecem o sistema imunológico e estão envolvidos na comunicação intercelular, o que significa que nos protegem contra o câncer.

Ajudam os receptores em nossas membranas celulares a funcionarem adequadamente, incluindo receptores de insulina, protegendo-nos contra o diabetes.

Os pulmões não podem funcionar sem gorduras saturadas, razão pela qual as crianças que recebem manteiga e leite com gorduras sofrem menos frequentemente de asma do que as crianças que recebem leite e margarina com baixo teor de gordura. As gorduras saturadas também estão envolvidas na função renal e na produção de hormônios.

As gorduras saturadas são necessárias para o sistema nervoso funcionar corretamente e mais da metade da gordura no cérebro é saturada.

As gorduras saturadas também ajudam a suprimir a inflamação. Finalmente, as gorduras animais saturadas carregam as vitaminas vitais solúveis em gordura A, D e K2, que precisamos em grandes quantidades para sermos saudáveis.

Os seres humanos consomem gorduras saturadas de produtos de origem animal há milhares de anos; e foi principalmente o advento do óleo vegetal processado moderno que causou a epidemia de doenças degenerativas modernas – e não o consumo de gorduras saturadas.

Avançando na análise da carne de porco, sabemos que ela é uma das melhores fontes de vitaminas B do planeta. Este grupo de vitaminas é vital para a saúde do corpo humano por várias razões.

As vitaminas do complexo B criam glóbulos vermelhos, mantêm a função cognitiva saudável, previnem o declínio cognitivo, sintetizam ácidos graxos, regulam o sistema nervoso central e produzem energia a partir dos alimentos que ingerimos, regulando nosso metabolismo.

A carne em geral é uma ótima fonte de vitaminas do complexo B e a carne de porco em particular é uma fonte rica de muitas vitaminas e minerais, incluindo:

1)       Tiamina. Ao contrário de outros tipos de carne vermelha, como carne bovina e cordeiro, a carne de porco é particularmente rica em tiamina – uma das vitaminas B que desempenha um papel essencial em várias funções corporais. Sem essa vitamina chave, o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras seria significativamente comprometido. A proteína animal é uma das melhores fontes desse nutriente e, entre as opções, a carne de porco é a principal.

2)       Selênio. As melhores fontes desse mineral essencial são os alimentos de origem animal, como carne, frutos do mar, ovos e laticínios. O selênio é um dos minerais encontrados na carne de porco e é de extrema importância para o seu corpo. A carne de porco contém uma quantidade significativa desse mineral, crucial para manter o funcionamento adequado da tireoide.

O selênio age como um micronutriente que protege o organismo do envelhecimento precoce. Por isso, seu consumo contribui também com benefícios a longo prazo, como uma terceira idade mais ativa. 

3)       Zinco. Um mineral importante, abundante na carne de porco, o zinco é essencial para um cérebro e sistema imunológico saudáveis. Um componente de mais de 70 enzimas, o zinco é um participante fundamental no metabolismo energético e no sistema imunológico.

4)       Vitamina B12. Exclusivamente encontrada em alimentos de origem animal, a vitamina B12 é importante para a formação do sangue e a função cerebral. A deficiência dessa vitamina pode causar anemia e danos aos neurônios. Ela também ajuda a construir glóbulos vermelhos e metabolizar carboidratos e gorduras.

5)       Vitamina B6. É essencial para a formação de glóbulos vermelhos e importante para o funcionamento normal de enzimas e coenzimas, necessárias para metabolizar proteínas, carboidratos e gorduras. Além disso, desempenha um papel crítico na regulação do metabolismo do glicogênio.

6)       Niacina. Uma das vitaminas B, niacina – ou vitamina B3 – serve uma variedade de funções em seu corpo e é importante para o crescimento e metabolismo. Também é imprescindível para o funcionamento normal de muitas enzimas no organismo e está envolvida no metabolismo de açúcares e ácidos graxos.

7)       Glicina. A carne de porco contém uma quantidade significativa de glicina. Na carne de porco, a glicina é encontrada principalmente na pele. A pele de porco contém basicamente 11.919 mg de glicina para cada 100 gramas de carne. Além da pele de porco, a glicina também pode ser encontrada na barriga. Embora a glicina não seja essencial ao corpo humano, ela oferece muitos benefícios à saúde.

8)       Fósforo. Abundante e comum na maioria dos alimentos, o fósforo é geralmente um grande componente da dieta das pessoas. É essencial para o crescimento e manutenção do corpo.

9)       Ferro. A carne de porco contém menos ferro que o cordeiro ou a carne. No entanto, a absorção de ferro da carne (ferro-heme) no trato digestivo é muito eficiente e a carne de porco pode ser considerada uma excelente fonte de ferro.

10)     Magnésio. Importante para o funcionamento normal de muitas enzimas (catalisadores dos reatores químicos do corpo), glicose e ação muscular.

11)     Potássio. Este mineral, também conhecido como eletrólito, desempenha um papel importante no equilíbrio da água e ajuda a manter a pressão sanguínea normal.

12)     Riboflavina. Existem poucos alimentos com tanta riboflavina por porção quanto a carne de porco. A riboflavina tem um papel importante na liberação de energia dos alimentos.

A carne de porco contém boas quantidades de muitas outras vitaminas e minerais, sendo uma excelente fonte de tiamina, zinco, vitamina B12, vitamina B6, niacina, fósforo e ferro.

Conseguir ferro suficiente é um problema para algumas mulheres, especialmente mulheres em idade fértil. O ferro heme (encontrado na carne) é absorvido mais facilmente do que o ferro não-heme (encontrado em alimentos à base de plantas). Assim, quem evita carne sem a ajuda de um profissional de saúde pode aumentar o risco de anemia por deficiência de ferro.

Ainda, os alimentos de origem animal contêm várias substâncias bioativas – além de vitaminas e minerais – que podem afetar positivamente a saúde:

1)       Creatina. Abundante na carne, funciona como uma fonte de energia para os músculos. É fundamental para melhorar o crescimento e a manutenção muscular.

2)       Taurina. Encontrada em peixes e carnes, a taurina é um aminoácido antioxidante formado pelo corpo. A ingestão dietética de taurina pode ser benéfica para a função cardíaca e muscular.

3)       Glutationa. Este é um antioxidante, presente em grandes quantidades na carne, mas também produzido pelo seu corpo.

4)       Colesterol. Um esterol encontrado na carne e outros alimentos derivados de animais, como laticínios e ovos.

5)       Colágeno. Cortes gordurosos de carne de porco têm níveis muito altos de colágeno pré-formado. Não são apenas os melhores cortes de carne de porco para comer, mas o colágeno ajuda a fortalecer o cabelo, a pele e as articulações. Essencialmente, o colágeno dá força e resistência ao tecido conjuntivo do corpo e ainda fornece estrutura para muitas outras partes do corpo, incluindo dentes e vasos sanguíneos.

Com um conteúdo nutricional extraordinário, só resta reforçar os benefícios para a saúde do consumo da carne de porco:

É útil para a manutenção da massa muscular. Como a maioria dos alimentos de origem animal, a carne de porco é uma excelente fonte de proteína de alta qualidade. Com a idade, a manutenção da massa muscular é uma consideração importante para a saúde.

Sem exercícios e dieta adequada, a massa muscular naturalmente degenera à medida que você envelhece – uma mudança adversa que está associada a muitos problemas de saúde relacionados à idade.

Nos casos mais graves, a perda de massa muscular leva a uma condição chamada sarcopenia, caracterizada por níveis muito baixos de massa muscular e diminuição da qualidade de vida, e é mais comum entre adultos mais velhos.

A ingestão inadequada de proteínas de alta qualidade pode acelerar a degeneração muscular relacionada à idade, aumentando o risco de sarcopenia.

Comer carne de porco, e/ou outros alimentos ricos em proteínas, é uma excelente maneira de garantir a ingestão alimentar suficiente de proteínas de alta qualidade que podem ajudar a preservar a massa muscular.

Todos os animais devem comer proteínas regularmente para sobreviver, porque não podemos produzir proteínas a partir de gorduras, carboidratos ou colesterol. As proteínas formam enzimas, músculos, hormônios e outros componentes vitais do corpo.

O consumo de carne não é apenas benéfico para a manutenção da massa muscular, mas também pode melhorar a função muscular e o desempenho físico.

A carne suína é muito importante também no desenvolvimento infantil, já que vitaminas A e B, selênio, zinco e ferro são cruciais no desenvolvimento infantil em diversos âmbitos: cognitivo, psicomotor, estrutural e até do sistema imunológico.

Embora algumas religiões proíbam o consumo de carne suína, a maioria das pessoas ainda a evita por acreditarem que a carne de porco faz mal à saúde, o que é totalmente equivocado. Comer carne de porco não faz mal para a saúde, pelo contrário, faz muito bem, sendo uma fonte acessível de proteína de alto valor biológico e muito saborosa.

 

Referências:

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– Bradbury J. Docosahexaenoic Acid (DHA): an ancient nutrient for the modern human brain. Nutrients 2011; 3: 529-554

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– Yerushalmy J and Hilleboe H. Fat in the diet and mortality from heart disease: a methodologic note. New York State Journal Of Medicine 1957; 57(14): 2343-2354.

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