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MVA e EVA

O MVA e o EVA são índices desenvolvidos pela consultoria Stern Stewart para medir o valor agregado da empresa.

O MVA (market value added) compara o valor de mercado de uma empresa (de capital aberto) com o quanto ela possui de capital investido no próprio negócio. Portanto, esse índice indica o quanto uma empresa gerou para seus investidores. Se o saldo for positivo, o acionista agregou valor ao seu investimento, ou seja, a diferença entre o valor de mercado da empresa e o capital próprio maximizado, valorizando suas ações; caso contrário, suas ações foram depreciadas.

O MVA é calculado da seguinte maneira:

MVA = (número de ações x preço das ações) – Patrimônio Líquido

Como o MVA é um índice utilizado para analisar empresas de capital aberto, a Frangosul e a Pif- Paf não entraram na pesquisa, pois são empresas de capital fechado.

O EVA (economic value added) avalia o retorno econômico gerado pela empresa. O índice corresponde ao saldo do lucro operacional após a dedução do custo de capital investido na empresa. Um resultado positivo demonstra que a empresa teve um retorno econômico positivo. Caso esse retorno tenha sido negativo, o índice também será menor do que zero.

A fórmula utilizada para calcular o EVA é:

EVA =(lucro operacional 2) x (1 – alíquota do IR) – (Patrimônio Líquido x TJLP)

A fórmula de cálculo do EVA sofreu algumas modificações de sua forma original, visando a simplificação dos cálculos. O custo de capital próprio das empresas foi substituído pela Taxa de Juros ao Longo Prazo (TJLP), pois quando calculado por uma entidade externa à empresa, as estimativas de alguns dados fazem com que o custo de capital seja impreciso.

Embora a relação entre o MVA e o EVA não seja direta, alguns estudos demonstram que em muitos casos há uma relação entre eles. Se uma empresa obtiver um EVA positivo seguidamente, ela provavelmente também terá um MVA positivo. E caso a empresa tenha um EVA negativo através dos anos, o seu MVA, com o passar do tempo, também se tornará negativo, pois seus investidores deixarão de investir em uma empresa que não está gerando valor. Dessa maneira, pode-se dizer que esses índices são um forte instrumento de análise para o futuro da empresas.

Ao analisar o resultado das empresas no ano de 2001, percebe-se que apenas duas obtiveram o MVA positivo: Perdigão e Chapecó. Uma das possíveis causas para a ascensão da Perdigão da segunda para o primeira posição foi o agrupamento das ações na proporção de 5000 por 1, sem modificar o capital social, proporcionando com isto maior liquidez para suas ações.

O resultado das outras empresas não foi muito diferente do ano anterior, uma vez que não houve grandes oscilações nos preços das ações. MVA negativo não é exclusividade da Seara, da Avipal ou da Sadia. As empresas brasileiras, de maneira geral, possuem este indicador negativo.

Uma das possíveis razões para a última colocação da Sadia foi a desvalorização de 12,3% dos ADRs ( American Depositary Receipts), contra uma queda de 0,8% no índice Dow Jones de 10/04/2001 a 31/12/2001. Durante este mesmo período, o real desvalorizou 8,3% em relação ao dólar.

Em relação ao EVA, apenas duas empresas apresentaram um valor positivo: Perdigão e Seara. No ano 2001, as empresas obtiveram colocações semelhantes no dois índices. Isto significa que o mercado identificou com mais precisão o valor econômico adicionado (EVA).

Empresas com EVA negativo também são comuns no Brasil, o que significa que a maioria está destruindo valor dos acionistas. A razão pela qual estas empresas não constroem valor é o lucro operacional insuficiente para compensar o custo de capital. A correlação entre EVA e MVA nem sempre é evidente nas análises de uma empresa, pois a percepção do mercado em relação ao valor gerado por uma empresa pode ser diferente do que realmente ela tem realizado.

Crescimento Sustentável

Na análise do ano passado, foi introduzido um novo item chamado crescimento sustentável. Esse conceito ajuda a quebrar um mito da administração, a idéia de que o crescimento maximizado de uma empresa é sempre o ideal.

Visto sob uma perspectiva financeira, pode-se dizer que o crescimento nem sempre é algo favorável. É difícil administrar uma empresa que vem aumentando seu tamanho rapidamente, porque o reinvestimento dos lucros não é suficiente para realizar isso. O investimento na ampliação do negócio reduz consideravelmente os recursos para os outros fins de uma empresa, e se a administração não controlar isso a empresa pode chegar à falência.

Uma empresa também não deve deixar de se expandir, porque se ela estiver crescendo menos que o seu potencial, o administrador estará deixando de utilizar os recursos disponíveis para fins prósperos.

Um empreendimento pode financiar seu crescimento por meio de financiamentos, lucros obtidos e emissão de novas ações. Se a empresa desejar se expandir sem modificar sua estrutura de capital, ela terá que aumentar suas dívidas proporcionalmente ao aumento de seu patrimônio líquido. Em outras palavras, a possibilidade de expansão do patrimônio seria o determinante de quanto a empresa poderia aumentar suas vendas.

É desse conceito que é definida a taxa de crescimento sustentável (g*). Esse índice demonstra qual é a taxa máxima que as vendas da empresa podem aumentar sem prejudicar seus recursos financeiros.

O crescimento sustentável é definido da seguinte maneira:

g* = PRAT`, onde:
P = margem líquida
R = taxa de retenção do lucro
A = giro do ativo
T`= alavancagem financeira (ativo/patrimônio líquido no início do período)

Vale ressaltar que duas das variáveis, P e A, representam a lado operacional da empresa, enquanto que as outras duas indicam a política financeira adotada. A taxa de retenção de lucro demonstra como a administração age em relação à distribuição de dividendos, e a alavancagem financeira reflete a política de financiamento.

É importante frisar que este conceito tem a função de alertar as empresas para não comprometerem seus recursos de forma inadequada. Essa taxa pode estar indicando que o empreendimento esteja realmente crescendo de maneira inadequada, mas pode ser que a discrepância entre o crescimento real dessa e seu crescimento ideal venha a ser uma estratégia específica adotada pela empresa. Por exemplo, uma empresa pode optar por ter um pequeno crescimento no momento atual (comparado ao crescimento sustentável), mas a longo prazo, suas vendas poderão crescer em escalas galopantes.

Acima está a tabela com os valores calculados para o crescimento real e o ideal.