Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Economia

Na Argentina, inflação não cede: o preço da carne subiu mais de 75% no ano passado sem que o fechamento das exportações travasse

De acordo com dados privados, no passado mês de Maio o preço registou uma subida mensal de 6,1% e 76,2% face ao período homólogo. Os valores do frango e da carne suína também registraram altas

Selection of protein sources in kitchen background, copy space
Selection of protein sources in kitchen background, copy space

Em meio ao conflito entre o campo e o governo pelo fechamento das exportações de carne bovina, o último relatório do Instituto Argentino de Promoção da Carne Bovina (IPCVA) refletiu que os preços dos diferentes cortes de carne ao consumidor no mercado interno, registrou alta mensal de 6,1% e 76,2% em maio último em relação ao mesmo mês do ano passado, bem acima da inflação, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

Essa elevação foi registrada nos pontos de venda que atendem bairros de nível socioeconômico alto, enquanto nos que atendem ao nível socioeconômico médio, os preços apresentaram aumentos expressivos de 5,8%. Nesse sentido, os especialistas do IPCVA alertaram que os pontos de venda que atendem ao baixo nível socioeconômico apresentaram acréscimos de 6,3%.

Por outro lado, no mesmo período analisado, o frango in natura registrou aumentos moderados de 1,7% ao mês e o peito de porco apresentou “aumentos moderados” de 3,8% em relação ao mês anterior. Em relação aos valores de maio de 2020, o frango aumentou 58,8% e a carne suína 67,0%.

De acordo com o IPCVA, o laudo de campo foi realizado durante a primeira e segunda quinzenas de maio de 2021. A amostra em análise é restrita a 80 açougues Capital e GBA, que foram pesquisados ??por telefone e os preços monitorados. feito em 40 pontos de venda que foram consultados pessoalmente.

O relatório esclareceu que existe uma variação nos preços observados nos diferentes pontos de venda: na Capital Federal e no norte da Grande Buenos Aires houve aumentos significativos de carnes, enquanto no oeste e no sul do GBA os aumentos foram ainda maior. A alta de 6,3% foi registrada nos açougues, porém, nos supermercados foram observados os preços cujos aumentos foram de 5,6%.

A carne de novilha representa 17% da amostra e teve um preço médio que apresentou acréscimos significativos, com variação de 7,0%, e a carne de fazendas de consumo leve (novilhos, novilhas e bezerros), que representa 83% dos preços da cesta básica que apresentou altas expressivas, com variação de 5,7%, em relação ao mês anterior.

Nesse sentido, o IPCVA indicou que o preço da carne bovina nos 80 açougues apresentou preços cujos aumentos são de 6,3%, em relação ao mês anterior, portanto isso se reflete em 74% em relação a maio de 2020. Por outro lado , nos 40 supermercados pesquisados ??na Capital e GBA, o preço médio da carne bovina apresentou altas expressivas, com variação de 5,6% em relação a abril, alta de 86,5% em maio último.

Nos supermercados, cortes têm um preço mais alto (US $ 115) em relação ao encontrado nos açougues de bairro. O mesmo aconteceu com a alcatra cujo preço é aproximadamente R $ 129 mais caro nesses estabelecimentos. Uma diferença de $ 79 foi vista na lombada. Nessa linha, nos casos dos cortes mais consumidos, como os cortes da roda para milanesas, a diferença ultrapassava R $ 11 e para a carne picada havia uma diferença de R $ 9 entre um estabelecimento e outro.

Porém, no caso do churrasco, os supermercados oferecem o produto a um preço mais baixo, cerca de US $ 34 o quilo, em comparação com os açougues. As demais carnes têm comportamentos díspares: o peito de porco fica $ 42,50 mais barato no açougue, e o preço do frango inteiro fresco é $ 38 o quilo menor nos supermercados.

Encerramento de exportação

Vale lembrar que no dia 20 de maio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca da Nação, liderado por Luis Basterra, publicou uma resolução fechando as exportações de carne bovina por 30 dias, o que gerou um enérgico rechaço da cadeia do setor agroindustrial e uma paralisação da comercialização de gado pela Mesa de Enlace, encerrada na semana passada.

O Governo busca com a mídia estancar a alta dos preços ao consumidor local, o que não acontecia até agora, já que a alta participação dos impostos sobre eles e uma inflação que não para ainda é um problema na formação dos preços, como consequência da falta de um plano econômico e de uma macroeconomia em graves problemas que se agravaram com a pandemia.

Até o momento o governo segue firme na decisão de dar continuidade à medida , apesar de a indústria de processamento de carnes ter apresentado uma nova proposta de repasse de mais toneladas de carne por mês a preços acessíveis, que o Conselho Agroindustrial aguarda chamada de mesa de o diálogo, que Alberto Fernández se comprometeu a organizar, e o Conselho de Enlace, que até agora não recebeu resposta do Presidente da Nação, ao pedido de audiência que os dirigentes apresentaram na semana passada.