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Carne Suína

Não alimente os mitos

A carne suína é cercada de tabus, mas poucos sabem que o produto é plenamente saudável e muito saboroso.

Não alimente os mitos

O Site Saúde Plena inicia uma série de reportagens especiais que vai tirar dúvidas sobre os mitos que não saem da mesa de milhares de brasileiros. É verdade que algumas dessas crenças são úteis, mas é preciso estarmos sempre bem informados sobre o que comemos. No imaginário popular, muitas vezes os tabus alimentares possuem raízes em tradições religiosas ou culturais. Por isso a nossa série começa abordando a carne de porco, um alimento visto com ressalvas desde os tempos mais remotos.

Mitos e verdades

A carne suína é cercada de tabus, por já ter sido considerada extremamente gordurosa e fazer mal à saúde. Mas o que poucos sabem é que, de meados da década de 1980 até hoje, o porco perdeu 31% da gordura, 14% das calorias e 10% do colesterol e sua carne tornou-se saudável e muito saborosa

– Mito – A carne de porco é prejudicial à saúde humana: A carne suína disponível atualmente não merece os conceitos errôneos de que é gordurosa e faz mal à saúde. Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição e, que pela sua abundância em vitaminas e minerais, deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor brasileiro.
 
– Mito – A carne de porco causa doenças: Existe um mito de que a carne de porco transmitiria a cisticercose. Porém, a doença pode ser provocada por qualquer tipo de carne (suína ou bovina) ou verduras e frutas mal lavadas. Atualmente, com as técnicas utilizadas nas suinoculturas, é praticamente impossível a contaminação. Os animais criados soltos têm maior probabilidade de transmitir o problema. A contaminação por carne bovina ainda é alta, pois os animais necessitam de pastagens.
 
– Nem mito, nem verdade – Por conta do excesso de hormônio, a carne de porco é mais saudável que a carne de frango: A carne de porco hoje em dia é mais saudável, mas por causa de um processo de melhora na criação desses animais. Em relação aos hormônios da carne de frango, segundo pesquisadores da Embrapa, o maior ganho de peso e eficiência das aves é devido ao somatório dos resultados de 40 anos de pesquisas em seleção genética, determinação de três exigências nutricionais e balanceamento de cada nutriente e energia das dietas, ambiência adequada com controles de temperatura, umidade do ar e ventilação das instalações. O hormônio não é utilizado na avicultura.
 
Desde 1980, a carne de porco está menos gordurosa e calórica. Essas mudanças se devem aos avanços da genética, através do cruzamento e seleção de animais. O percentual de carne magra era de 50% antes da década de 1980. Atualmente, a carne magra representa de 58% a 62%.
 
Além disso, a carne suína possui mais gorduras “desejáveis”, chamadas de insaturadas (65%), do que gorduras “indesejáveis”, conhecidas como saturadas (35%). O que é muito apreciado por nutricionistas. O alimento também é rico em ácido linoleico, que neutraliza de forma eficaz os efeitos negativos do ácido palmítico, que é uma gordura saturada.
 
– Mito – Não se deve ingerir carne de porco após fazer tatuagem: Mito infundado, pois a carne de porco não tem nenhuma relação com a tatuagem, ou seja, pode ser ingerida sem problemas desde que preparada de maneira correta.
 
– Verdade – Carne de porco mal cozida pode transmitir parasitas: Sim, toxoplasmose e teníase, causadora da cisticercose.
 
– Mito – A carne de porco é muito gorda, com altos níveis de colesterol e de difícil digestão: Atualmente, o nível de colesterol contido na carne de um suíno é semelhante às outras carnes (bovinos e aves) e está perfeitamente adequado às exigências do consumidor. É importante saber que a quantidade de colesterol não está diretamente relacionada à quantidade de gordura.
 
Um exemplo claro disso é o camarão, que apesar de ter menos gordura do que o suíno, apresenta taxas maiores de colesterol – de 97 a 164 mg/100g –, enquanto a carne suína tem entre 56 e 97 mg/100g de colesterol.
 
Outro exemplo: O nível de gordura em 100g lombo cozido é de aproximadamente 6,7g, enquanto em 100g de filé mignon cozido chega a 10g
 
– Mito – Carne de porco causa alergia: Apesar de frequentemente ser referida pelas pessoas como causadora de sintomas alérgicos, alergias são raramente causadas pela carne suína. Os alimentos desencadeantes de alergia alimentar variam de acordo com a idade de exposição e com os costumes regionais, além de outros fatores. São aceitos como principais alimentos relacionados à alergia alimentar: leite de vaca, ovos, amendoim, soja, nozes, peixes e frutos do mar.
 
– Mito – Carne de porco provoca homossexualidade: A afirmação, divulgada no site da organização muçulmana Ahmadiyya, é um mito infundado.
 
– Nem mito, nem verdade – Carne de porco é considerada a mais saborosa das carnes: A carne suína é macia e tem um sabor muito agradável, que é o motivo de sua grande aceitação. Em pesquisa recente, a aceitação desta carne, quando relacionada ao sabor, foi de 92%. Porém, essa mesma pesquisa mostrou o desconhecimento da população brasileira. Cerca de 35% dos entrevistados referiu-se ao alimento como perigosa e nociva a saúde.
 
– Mito – Usar limão na carne de porco diminui a gordura e melhora a digestão: É um grande mito popular dizer que temperar a carne com limão diminui a gordura e auxilia a digestão. Isso não é verdade. A quantidade de gordura continua sendo a mesma e o processo de digestão também.