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Peletização e micropeletização de rações para suínos

"Com as seguidas altas de preços dos insumos utilizados na cadeia de produção animal, o uso de tecnologias, dentre elas a peletização, vem ganhando cada vez mais força e conseguindo assim justificar seus valores de investimento."

Peletização e micropeletização de rações para suínos

Com as seguidas altas de preços dos insumos utilizados na cadeia de produção animal, o uso de tecnologias, dentre elas a peletização, vem ganhando cada vez mais força e conseguindo assim justificar seus valores de investimento. Isto se deve pelo fato da ração peletizada agregar uma melhoria na casa de 6% em ganho de peso diário e conversão alimentar. Estes valores podem sofrem variações para baixo ou para cima pois estão diretamente ligados a realidade de manejo, sanidade, ambiência e genética de cada integração. Para alcançar os ganhos zootécnicos e econômicos esperados com o uso desta tecnologia, precisamos entender que a peletização é apenas uma fase de um processo que envolve desde uma boa formulação, a compra das matérias prima de qualidade, uma boa armazenagem destes materiais e por fim um processo produtivo tecnificado.

A ração peletizada vai além de uma ração farelada pois passa pela máquina peletizadora. Esta, tem seu fluxo inicial em uma rosca alimentadora que abastece um condicionador e este por sua vez recebe vapor e efetuará a mistura dessa ração farelada com o vapor. Posteriormente esse material é direcionado para a matriz ou peletizadora propriamente dita, onde os rolos forçam a ração a passar pelos furos da matriz chegando a ração na forma peletizada (na média em torno de 4,5mm para animais adultos). Neste processo estão envolvidos tecnologias, estudos científicos e demais ajustes para cada tipo de ração e espécie animal, pois, tanto a granulometria da ração, tempo de condicionamento, vapor, taxa de compactação podem nos trazer resultados diferentes na qualidade de pellet e desempenho animal com o uso dessa ração.

A peletização teve em seu início um apelo na melhoria de desempenho dos animais, mas é de conhecimento que além disso ela possibilita menores perdas desde sua produção até o consumo do animal pela redução de microrganismos no tratamento térmico, redução na segregação dos ingredientes, possibilita maior fluidez nas linhas, reduz a formação de resíduos em cantos e dentro de silos, dificulta a seleção de partículas pelos animais, aumenta a densidade da ração, propicia maior consumo pelo animal, gera menor desconforto e problemas nas vias respiratórias pela redução do pó e por fim menores desperdícios pelos animais e em equipamentos.

Atualmente o foco está nas rações micropeletizadas (2 a 3mm) para animais jovens, pois estudos revelam que leitões que tiveram rápida transição e aceitação à um alimento seco e assim um maior ganho de peso inicial, consequentemente, alcançam o peso de abate mais cedo. O consumo de um leitão nas 3 primeiras semanas na fase de creche representa aproximadamente 3% de seu consumo até o abate, mas segundo (Cole e Varley, 2000) o seu desempenho na creche pode influenciar em até 30% o ganho de peso até o abate. Diante disso, fica evidente que a fase de creche é cabível de investimentos com ótima relação custo benefício na cadeia suinícola.

Um grande desafio aos profissionais que atuam nas fases de creche é a limitação do consumo por parte desses animais jovens. Sendo assim, o uso da micropeletização vem no caminho dos bons resultados, pois esta tecnologia auxilia numa maior digestibilidade e também evita a segregação dos mais diversos componentes utilizados na formulação dessas rações, onde o mínimo consumido pode representar aquilo que foi formulado para um máximo desempenho.

No entanto, quando falamos em uso de tecnologias, em contrapartida estaremos falando em investimento. Sendo assim, chegamos a um ponto delicado quando falamos em peletização, pois fábricas com menores volumes de produção e de investimento em maquinários poderão não chegar a uma viabilidade do negócio. Além disso, a falta de equipamentos regulados corretamente, formulação inadequada desta ração e ajustes na produção poderão causar impactos negativos a campo em desempenho. Portanto, o uso de rações peletizadas pode trazer inúmeras vantagens em termos zootécnicos e consequentemente financeiros. Desta forma, caberá a cada sistema produtivo e sua realidade no setor suinícola efetuar um levantamento dos investimentos necessários para se chegar em um produto de qualidade ou optar por negociar com empresas da área de nutrição especializadas neste negócio.