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Preço baixo faz produtor de suíno protestar no Sul

Para quarta-feira é programado o maior protesto, em São Miguel do Oeste, quando produtores pretendem colocar 70 porcos na pista da BR-282.

Redação SI 26/08/2002 – A superoferta de suínos, que derrubou os preços aos produtores, acirra os ânimos no Sul, especialmente em Santa Catarina, que tem um quarto do plantel nacional. Nos últimos dias foram realizados vários protestos em cidades como Chapecó, Concórdia, Seara, Braço do Norte, Ouro e São Lourenço do Oeste.

Para quarta-feira (28) é programado o maior deles, em São Miguel do Oeste, quando produtores pretendem colocar 70 porcos na pista da BR-282, principal via que liga o oeste do estado ao litoral. Os organizadores tentam atrair para o evento perto de 3 mil produtores de um total de 60 mil que criam suínos no estado.

Mercado tumultuado

Em nota da Federação da Agricultura de Santa Catarina (Faesc), os suinocultores criticam os preços pagos pelas agroindústrias, o volume de milho destinado ao estado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o aumento da produção no Centro-Oeste do País. Eles pedem “controle dos megainvestimentos privados do Brasil Central que aumentam de forma concentrada e maciça, a produção de suínos, tumultuando o mercado.”

Conforme o secretário geral da Faesc, Enori Barbieri, a nota refere-se ao financiamento, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a este tipo de projeto.

Pouco milho

Barbieri diz que o protesto também quer chamar atenção para o fato de a Conab ter destinado apenas 80 mil toneladas de milho para Santa Catarina consumir até o final do ano, apesar de o estado ter o maior rebanho brasileiro. “O Rio Grande do Sul, por influência do ministro da Agricultura, vai contar com 170 mil toneladas e o Nordeste, por influência do vice-presidente da República, terá 500 mil toneladas”, afirma o secretário.

Alguns produtores, como Clair Dariva, de Chapecó, já começaram a reduzir o número de matrizes em razão da crise. “No ano passado o preço era bom e a empresa pediu para eu aumentar os alojamentos. Elevei o número de matrizes de 400 para 500, mas agora já comecei a me desfazer de parte das reprodutoras”, diz Dariva, integrado da Coopercentral Aurora.

A expectativa é de elevação na oferta de carne suína, segundo a secretaria estadual de agricultura.