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Sanidade

Prejuízos causados por ataques de javalis preocupam os produtores gaúchos

Uma das ações em prática no RS contra o javali é a caça controlada desses animais

Prejuízos causados por ataques de javalis preocupam os produtores gaúchos

Os prejuízos causados por ataques de javalis tem preocupado os produtores gaúchos. Esses animais representam risco sanitário para os rebanhos porque são vetores da peste suína e outras doenças como aftosa, brucelose e tuberculose. Por isso, é necessário o controle redobrado em zonas livres de aftosa sem vacinação, status que o Rio Grande do Sul conquistou junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em agosto deste ano, através da Instrução Normativa 052/2020, mas busca junto à Organização Mundial de Saúde (OIE) o reconhecimento para mudança efetiva.

Uma das ações em prática no RS contra o javali é a caça controlada desses animais. Os caçadores – chamados também de controladores -, que praticam a caça por esporte, tem relatado, no entanto, uma série de dificuldades para a realização desta prática.

Por esse motivo, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) foi procurada por um grupo de caçadores e, desta forma, após alguns encontros, criou-se a Comissão dos Controladores de Javalis e Suídeos Asselvajados da Acsurs, que tem como integrantes o presidente da entidade, Valdecir Luis Folador; o diretor executivo, Fernando Gimenez; e os médicos-veterinários Leonardo Tedesco, Emerson Friedrich, Jean Marcelo Fontana, Marco Aurélio Gallina e Luiz Gustavo Goulart Nascimento.

A primeira reunião on-line através de videoconferência ocorreu no dia 27 de outubro e resultou em um documento que foi encaminhando ao deputado estadual Elton Weber, que está trabalhando o tema na Assembleia Legislativa.

Obstáculos

Uma série de dificuldades foram apontadas pelos participantes. Entre elas e a mais citada, o alto rigor e a falta de conhecimento da legislação por parte de quem fiscaliza. Exemplo disso é o fato ocorrido recentemente no município de Muitos Capões. “Um grupo de caçadores foi autuado porque quem realizava a fiscalização considerou que os cães que participavam da caçada estavam passando por maus tratos, e também porque alguns deles estavam sem coletes”, comentou Tedesco, praticante da caça ao javali.

A burocracia em se obter o Certificado de Registro – CR e a falta de cursos de capacitação em mais regiões do interior do estado foram outras dificuldades citadas. “Além disso, o caçador tem a obrigatoriedade de realizar a coleta de sangue do animal abatido, caso contrário, não pode transportar a carne”, destacou Tedesco.

Outras questões citadas foram a falta de um site com informações sobre onde os animais estão sendo avistados, em quais quantidades e quantos são abatidos em cada região; a exigência do Cadastro Ambiental Rural para se fazer o cadastro no Ibama (CAR); as autorizações de caça concedidas pelo Ibama que tem validade curta, de apenas 3 meses; e a conscientização por parte dos proprietários das fazendas em permitir o acesso aos caçadores.

Audiência pública

Está prevista para ocorrer, nos próximos dias, com data a ser confirmada, uma audiência pública solicitada por Weber para discutir medidas de controle do javali no RS.

O deputado, junto de lideranças do agro, trabalha nas esferas técnica e política para rever a normatização das ações de controle do javali, prevendo abate sanitário e regras de consumo da carne do javaporco na propriedade como forma de atenuar os prejuízos no meio rural.