Produção de milho deve crescer 32,7% em relação à safra 2020/21, aponta Conab
As precipitações ocorridas após o último levantamento favoreceram as lavouras semeadas tardiamente nos estados do Sul
De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (07/03) pela Compania Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos no país poderá atingir um volume de 269,3 milhões de toneladas, 5,4% ou 13,8 milhões de toneladas superior à obtida na safra anterior.
O 7° Levantamento da Safra de Grãos 2021/22 aponta que a área plantada é estimada em 72,9 milhões de hectares, ou seja, crescimento de 4,4% se comparada à safra 2020/21. Os maiores incrementos de área são observados na soja, com 4,1% ou 1,6 milhão de hectares e, no milho, 6,5% ou 1,3 milhão de hectares.
Para a safra 2021/22, a Conab prevê uma produção total de 115,6 milhões de toneladas de milho, um aumento esperado de 32,7%, em relação à safra anterior. Apesar desse aumento na produção total, o relatório destaca que a companhia registra que ocorreu uma forte queda de 20,4% da produtividade registrada na região Sul durante a primeira safra, fato que causou uma redução de até 15,8% da produção naquela região. Isso é explicado por um severo deficit hídrico causado pela ausência de chuvas ao Sul do país ao fim de 2021 e início de 2022. Por outro lado, a Conab projeta um aumento de 36,3% da produtividade ao longo da segunda safra, dado que permitirá uma produção de 88,5 milhões de toneladas do cereal no segundo ciclo.
Com relação a primeira safra do milho a colheita avança em todo o país, já alcançando 47% da área semeada, com destaque para os estados da região Sul e São Paulo, onde a área colhida já ultrapassa os 70%. Segundo o Gerente de Levantamento e Avaliação de Safras, Rafael Rodrigues Fogaça, as precipitações ocorridas após o último levantamento favoreceram as lavouras semeadas tardiamente nos estados do Sul, abrandando a quebra de safra prevista devido aos déficits hídricos registrados em novembro e dezembro. No restante do país, as produtividades alcançadas refletem as boas condições climáticas ocorridas durante o ciclo das lavouras. O aumento de 4,8% da área plantada e o bom desenvolvimento das lavouras, nas regiões discriminadas acima, colaboraram para uma menor queda da produção nacional, estimada em 24.885,8 milhões de toneladas na primeira safra, 0,6% inferior à safra 2020/21.
Os dados da Conab apontam que a segunda safra já conta com 98,2% da área semeada. A maioria dos estados conseguiu realizar as operações dentro da janela ideal de plantio. As condições climáticas registradas em março favoreceram tanto a implantação final das lavouras como o desenvolvimento inicial destas e das semeadas no final de janeiro e em fevereiro.
O Levantamento aponta que as perspectivas de aumento da produtividade estão presentes na maioria dos estados. Somente Minas Gerais e Goiás geram alguma preocupação devido à redução das precipitações ocorridas após a primeira quinzena de março e ao plantio de uma pequena parte das áreas fora da janela ideal. Esse aumento na área semeada se deve aos preços convidativos do mercado e à antecipação do plantio da soja, que permitiu uma janela mais ampla e favorável para a implantação da lavoura. A área semeada deve alcançar 16.044,6 mil hectares, 7% superior ao da safra 2021/22.
Importação deve diminuir e exportações aumentar
Em relação aos dados da demanda doméstica, a companhia acredita que 77,2 milhões de toneladas de milho da safra 2021/22 deverão ser consumidas ao longo de 2022, ou seja, um aumento de 6,8%, comparativamente à safra anterior. Por outro lado, a Conab projeta um menor volume de importação total para o período, ou seja, uma internalização de 1,7 milhão de toneladas do grão ao fim da safra 2021/22, contra 3 milhões da safra 2020/21. Essa redução é esperada e justificada pela maior disponibilidade do cereal produzido nacionalmente na safra em curso.
Para as exportações, a demanda externa pelo milho brasileiro produzido na safra 2021/22, a Conab estima que 37 milhões de toneladas sairão do país via portos. Dessa feita, acredita-se que o aumento da produção brasileira e a demanda internacional aquecida deverão promover uma elevação de 77,8% das exportações do grão em 2022.
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