Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Safra

Produção de soja em SP tem estratégias e tecnologias apresentadas pela Secretaria em Ribeirão Preto

A sojicultura ocupa atualmente 848,22 mil hectares no Estado

As possibilidades abertas pela sojicultura foram o foco do workshop “Estratégias para o Desenvolvimento da Cultura da Soja no Estado de São Paulo”, realizado em Ribeirão Preto, no dia 17 de fevereiro, pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista. O secretário Arnaldo Jardim participou do evento no Centro de Cana destacando a importância de multiplicar a transferência de tecnologias que auxiliem o produtor no desenvolvimento da cultura.

O objetivo foi discutir e estabelecer estratégias para desenvolver a cadeia de produção de soja em São Paulo, identificar demandas e permitir a interação entre a pesquisa e o setor produtivo e difundir tecnologias que visem aumentar a renda do agricultor paulista em patamares sustentáveis.

Falando a um auditório lotado por mais de 300 pessoas entre técnicos, pesquisadores, estudantes e produtores, Arnaldo Jardim afirmou que “o número de pessoas aqui hoje é grande, mas é muito mais expressiva a qualidade delas. Ninguém está aqui por acaso, todos aqui vieram sabendo o que querem, vieram com propósito e nós temos certeza de que serão multiplicadores das inovações apresentadas aqui”.

São informações sobre, por exemplo, manejo conservacionista na reforma da cana crua com soja, utilizando o grão para aumentar a produtividade canavieira. Dentre os benefícios apresentados está a redução em até 10 vezes da erosão do solo, de até 72% no consumo do diesel e em até oito vezes a emissão dos gases causadores do efeito estufa.

Outros ganhos incluem o aumento do estoque de carbono no solo, redução de 13% a 28% nos custos de produção, diversificação da renda do fornecedor de cana, melhora da imagem do etanol no exterior, otimização de tempo nas operações agrícolas e favorecimento da microbiologia do solo e ciclagem de nutrientes. Essas informações já foram repassadas a agricultores paulistas em pelo menos 150 palestras em várias regiões do Estado.

Também foi abordada a avaliação de cultivares de soja na Região Oeste paulista, identificando quais os materiais que podem garantir mais produtividade quando plantados nos canaviais. “O produtor precisa saber qual é o melhor material para a região dele, ver a adaptabilidade. Alcançar 4 toneladas por hectare só é possível se houver a cultivar certa para aquele local”, explicou Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta.

“Esse consórcio entre soja e cana dá condições de gerar emprego, renda e aumento de tecnologia em um momento em que a economia ainda dá soluços. É assim que a gente vai ajudar o Brasil”, adicionou Duarte Nogueira, prefeito de Ribeirão Preto, cidade que ele classificou como “o coração do agronegócio paulista e brasileiro”.

Informados

As tecnologias apresentadas pela Apta atraíram a atenção de estudantes como Gabriel Brito, acadêmico de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), que pretende trabalhar com nutrição vegetal e diagnóstico de doenças quando se formar. “É sempre bom estar se atualizando, ainda mais em um setor tão importante como o da soja. É participando de eventos assim que a gente consegue ter mais conhecimento”, avaliou.

“Esse setor de soja e grãos exige um cuidado maior, por isso eu preciso estar atualizado sobre as tecnologias que podem nos ajudar”, contou José Nogueira Neto, também estudante de Engenharia Agronômica da Ufscar. “Eu vim ver a palestra sobre agricultura de precisão na cultura da soja e a de reforma dos canaviais, eu gosto muito dessa parte”, completou.

A sojicultura ocupa atualmente 848,22 mil hectares no Estado. Com a reforma dos canaviais em torno de 20% ao ano somada aos 2 milhões de hectares de pastagens degradadas, há disponibilidade de mais de 3 milhões de hectares a serem ocupados por soja ou amendoim – culturas que remuneram o produtor e melhoram as condições do solo quando desenvolvidas com plantio direto na palha da cana.