PSA deve elevar preço global de proteína animal em 5,6% até 2020, diz BTG
Em relatório o banco estima que a alta pode ir diretamente para o fluxo de caixa das companhias de carne, especialmente aquelas com produção integrada.
A Peste Suína Africana (PSA) deve levar a um aumento de 5,6% nos preços globais de proteína animal (bovina, suína e de frango) até 2020, segundo relatório do banco BTG, caso a produção da China caia em 16 milhões de toneladas, conforme se espera atualmente. Num cenário mais severo, em que o plantel chinês cai pela metade, o modelo projeta um aumento de 8,7% nos preços. Caso a queda na oferta de suínos seja de 15%, a alta seria de 2,7% nos preços.
Em relatório detalhado sobre o setor de proteína animal brasileiro, assinado por Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o banco estima que a alta pode ir diretamente para o fluxo de caixa das companhias de carne, especialmente aquelas com produção integrada.
O BTG também projetou o efeito da mudança estimada nos preços nas companhias de proteína. A previsão de Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda) da JBS em 2020 aumentou em 45%, para R$ 22,1 bilhões, e a expectativa é que os preços altos causados pela peste suína representem R$ 6,2 bilhões; para a BRF, a estimativa de Ebitda no ano que vem sobe 13%, para R$ 5,3 bilhões, dos quais R$ 1,9 bilhão seria advindo da peste suína; para a Marfrig, a projeção de Ebitda aumenta 43%, para R$ 4,6 bilhões, com a peste suína africana responsável por R$ 880 milhões.
O banco manteve a JBS como principal recomendação de compra do setor; a BRF continua com recomendação neutra; e a recomendação para a Marfrig caiu para neutra após resultados considerados ruins no primeiro trimestre. A projeção não incorporou os efeitos da possível fusão entre BRF e Marfrig, ressaltando que, embora a tendência seja de acordo, o negócio pode acabar não acontecendo. Além disso, o banco reiterou que vê a possível negociação com ceticismo.
“Escolhemos esperar até termos mais detalhes sobre o potencial de sinergia”, informa o boletim.
Segundo o relatório, é possível que a China ainda não esteja reportando todos os casos da peste para tentar “prevenir as implicações negativas nas áreas política e econômica”.
A estimativa consensual é que a oferta de suínos chinesa cairá 30%, mas analistas mais alarmantes falam até em 50%.
A expectativa é de que a demanda e os preços da carne bovina também sejam tão beneficiados quanto as do frango no processo de substituição de proteínas por parte dos chineses.
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