Saúde Animal fecha com resultado positivo, mas empresas devem "enxugar" portfólios em 2021
O principal motivo é o aumento nos custos durante a pandemia. Por outro lado, levantamento do Sindan indica quase 50% das empresas atingiram seus objetivos traçados para o ano e quase 10% indicaram que obtiveram resultados ainda melhores do que o esperado
O setor de Saúde Animal irá fechar 2020 com um faturamento próximo dos US$ 7 bilhões, o que representa um crescimento em torno de 7% no comparativo com o ano passado. O número é uma estimativa preliminar do Sindicato das Indústrias de Produtos para Saúde Animal (Sindan). O avanço se deu em um ano de extremos desafios, causados principalmente pela pandemia de Covid-19, que dificultou a aquisição de ativos e insumos importados para a fabricação de vacinas e medicamentos.
O surto de Covid-19 também gerou uma série de novos custos relacionados as medidas protetivas dos colaboradores das indústrias, além das que envolvem a distribuição logística de todos os produtos. Outro impacto importante foi a alta do dólar, que encareceu desde embalagens até a aquisição dos insumos no mercado internacional, já que boa parte tem origem na Ásia.
“Sendo uma atividade essencial, tivemos o benefício de continuar operando nossas unidades fabris, o que fizemos com eficiência, tanto que não houve falta de produto veterinário no mercado em nenhum momento, só que ainda precisamos apurar qual foi o custo total para que o setor se mantivesse funcionando, pois todas as medidas adotadas encareceram nossas operações”, comenta Emílio Carlos Salani, vice-presidente executivo do Sindan.
Mesmo diante deste cenário desafiador, uma pesquisa realizada pela entidade junto a seus associados demonstrou otimismo com metas atingidas e até superadas ao final deste ano. O levantamento “Termômetro da Indústria de Saúde Animal” apontou que os impactos na indústria veterinária tendem a ser menores do que se imaginava há alguns meses.
Para 48,6% dos respondentes, os objetivos traçados no início de 2020 serão plenamente alcançados, enquanto 8,6% indicam que as metas não só serão atingidas, mas superadas neste ano. “Isto tudo é um bom indicativo para o fechamento do ano, mas não podemos esquecer que todo o cenário de desafios vividos exerceu uma pressão grande sobre os portfólios das empresas, cujas margens são pequenas e com pouca flexibilidade”, explica Salani.
Neste contexto, o próximo ano deve ser marcado por um “enxugamento” nas linhas de produtos das empresas, seja biológicos ou medicamentosos, visando exatamente otimizar os processos fabris e de distribuição no mercado. De acordo com Salani, este é um processo natural do mercado, que constantemente reavalia seus perfis de embalagens ou até mesmo produtos, mas que tende a ser um pouco mais intenso no próximo ano devido ao contexto econômico.
“As indústrias devem promover reestruturações internas visando melhorias de ganhos ao deixar de comercializar o produto em embalagens com menor demanda no mercado, ou até mesmo de eficiência no frete ao adotar caixas coletivas com bulário dentro, por exemplo”, explica o executivo.
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