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Segurança alimentar

Cada vez mais, o consumidor prefere produtos naturais e de qualidade, sem risco de resíduos químicos.

Da Redação 01/10/2003 – 0h21 – O processo é global e irreversível. O consumidor moderno não quer correr riscos sobre a segurança dos alimentos que leva à mesa. Além disso, ele exige compromisso dos fornecedores com o respeito à natureza e está preocupado com a nutrição dos animais, que está diretamente relacionada à qualidade das carnes, ovos e leite.

Essas informações foram exaustivamente discutidas na 13a Ronda Latino-Americana, evento promovido pela Alltech, empresa de soluções naturais em saúde e alimentação animal, realizado em Recife (PE) e em Campinas (SP), em 23 de setembro, por quatro especialistas internacionais em alimentação. O bioquímico irlandês Pearse Lyons e os PhDs John Sonderman, Peter Ferket e Juan Tricarico vieram ao Brasil especialmente para falar sobre as soluções naturais a cerca de 400 profissionais ligados à nutrição, especialmente de grupos produtores de alimentos de origem animal.

“O consumidor quer ter a segurança de estar ingerindo carnes, leite e ovos saudáveis, produzidos de maneira confiável e que não haja riscos de conter ingredientes prejudiciais a si e a sua família, como resíduos de produtos químicos. Estaria ele querendo demais?”, questiona Lyons. Para ele, os fornecedores de alimentos que não assumirem a postura responsável perante a segurança alimentar poderão perder a confiança dos consumidores.

“A partir de 2006, a União Européia banirá definitivamente todos os antibióticos promotores de crescimento utilizados na alimentação animal. Esta é uma exigência dos consumidores europeus. Não tenho dúvida de que esse processo será acompanhado por outras regiões, como América do Norte e Japão. Não por acaso esses são os maiores importadores mundiais de alimentos. Países como o Brasil, que têm o foco na exportação de produtos, inclusive de origem animal, precisam atender a essas exigências sob pena de estar fora desses importantes mercados”, enfatizou Lyons para a atenta platéia.

O professor John Sonderman, PhD em Nutrição e Reprodução pela Universidade do Estado do Colorado (EUA), é enfático. Para ele, “o poder está no varejo”. Isso significa que os produtores têm de ouvir os seus clientes e ofertar alimentos com as especificações que o mercado exige. “Os exemplos se sucedem. Apenas um caso do mal de vaca louca no Canadá, no início do ano, derrubou para perto de zero as exportações de carne bovina daquele país. A UE caminha para o banimento total de antibióticos promotores de crescimento, exige rastreabilidade e certificação de origem dos seus fornecedores internacionais. A questão ambiental e o bem-estar animal já são mencionados em pesquisas com consumidores pelo mundo como itens importantes para a escolha dos alimentos. O que mais os produtores precisam para acompanhar esse movimento em prol da segurança alimentar”, questiona Sonderman.
 
Nutrição animal, o foco 

Nessa discussão, ganha importância a qualidade dos nutrientes oferecidos aos animais – frangos, aves de postura, suínos, bovinos de corte e de leite, além de pequenos animais, eqüinos e outras espécies. O professor Peter Ferket, PhD em Nutrição Animal  pela Universidade Estado de Iowa (EUA), ressalta a importância da nutrição animal no âmbito da segurança alimentar. “O paradigma global de hoje é a ênfase em eficiência produtiva associada à segurança pública. Nada ilustra melhor essa mudança que as questões relacionadas à utilização de antibióticos promotores de crescimento. Nas últimas décadas, eles foram utilizados em produção animal para melhorar o desempenho de ganho de peso e proteger os animais contra os efeitos adversos de microorganismos entéricos, patogênicos e não patogênicos.

Atualmente, são alvo de exame minucioso na espécie humana, decorrente da utilização prolongada. Nesse cenário, a indústria de produção animal precisa de alternativas a essa classe de antibióticos, ou pelo menos reduzir o seu uso substancialmente sem prejudicar a eficiência da atividade produtiva e proporcionando carne, ovos e leite seguros”, explica Ferket.

Produtividade

Esta é a palavra-chave da moderna avicultura, suinocultura e pecuária (corte e leite), entende Juan Tricarico, PhD em Nutrição de Ruminantes pela Universidade de Kentucky (EUA). Para ele, a ciência trabalha em ritmo acelerado para oferecer alternativas nutricionais que sejam naturais e seguras, mas que garantam os níveis de eficiência produtiva, visando manter a competitividade das atividades. “Enzimas, leveduras (cepa 1026) e minerais orgânicos aparecem como opções extremamente positivas – e econômicas – para garantir os níveis de produtividade, alcançados após anos e anos de investimentos em genética, sanidade, manejo e alimentação”, esclarece Tricarico.

Especializada no desenvolvimento de soluções naturais em saúde e alimentação animal, benéficas para o animal, para o consumidor e para o meio ambiente, a Alltech promove a Ronda Latino-Americana há 13 anos, sempre colocando em discussão temas de importância mundial, esclarecendo dúvidas sobre a qualidade dos alimentos e o movimento global em torno da segurança alimentar.

“A cadeia da indústria de alimentação começa na nutrição dos animais. E o consumidor é cada vez mais exigente e cobra posicionamento claro dos seus fornecedores de alimentos. No passado, a regra era: a indústria produz o que quer e o consumidor compra; hoje, o consumidor pede e nós temos de produzir sob pena de falir”, ressalta Pearse Lyons.