Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Saúde Animal

Sindan alerta para a possibilidade de falta de medicamentos veterinários no segundo semestre

Pesquisa realizada junto às principais empresas do setor aponta dificuldade na importação de ingredientes ativos durante a pandemia. Preços também devem ser reajustados

Sindan alerta para a possibilidade de falta de medicamentos veterinários no segundo semestre

Mesmo tendo operado de forma ininterrupta durante todo o período da pandemia, o setor de saúde animal não passará incólume à atual crise. De acordo com a pesquisa Termômetro da Indústria de Saúde Animal, realizada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) durante o mês de junho, as dificuldades enfrentadas pelas empresas no processo de importação de ingredientes ativos pode culminar na falta de alguns produtos veterinários no mercado brasileiro no segundo semestre.

Essa possibilidade foi apontada por 52,2% dos respondentes da pesquisa, que ouviu 23 empresas associadas ao Sindan e tinha como objetivo entender as dificuldades durante a pandemia e as perspectivas do setor para o período pós-crise. “Como boa parte dos insumos utilizados pela nossa indústria são importados, fomos seriamente impactados pela pandemia”, afirma Emilio Salani, vice-presidente executivo do Sindan. “Tivemos problemas na importação de medicamentos como a ivermectina, a abamectina e a doramectina, importantes para a bovinocultura, e de antimicrobianos, utilizados também na suinocultura e avicultura”.

De acordo com o executivo, o desequilíbrio do mercado causado pela crise causou um aumento inesperado nos custos de produção. Além da variação cambial, os gastos operacionais, logísticos e com a compra de insumos no mercado interno também tiveram um crescimento expressivo nos últimos meses. “Este cenário deve forçar um realinhamento dos preços dos medicamentos veterinários no segundo semestre”, diz o executivo, lembrando que o reajuste de preços será uma decisão estratégica de cada empresa. “Os associados já estão fazendo as suas avaliações internas e terão autonomia para repassar ou não os custos ao consumidor final.”

Operando, mas com dificuldades

Mais de 95% dos respondentes afirmaram que as suas fábricas operaram normalmente, seguindo novos protocolos de segurança, durante todo o período da pandemia. No entanto, a quarentena prejudicou as vendas e deve impactar negativamente nos resultados de 2020. Para 78,3% dos executivos ouvidos, as metas do ano não serão atingidas. Outras dificuldades apontadas foram a falta de contato com os clientes (56,5%) e a manutenção da motivação dos colaboradores em um período de grande incerteza (47,8%).

Apesar dos resultados abaixo do esperado, o sentimento do setor ainda é de leve otimismo. Embora 52,2% não se digam nem otimistas nem pessimistas em relação ao cenário atual, 26,1% afirmam estar otimistas, enquanto 21,7% estão pessimistas. Ao olhar para o futuro, 39,1% consideram que sairão mais fortes da crise, ainda que 30,4% dos executivos ouvidos considerem fazer adequações de portfólio e equipes após a pandemia.