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Bolsa de Suínos

Suinocultores em busca de margens para se manter no setor

Apesar do cenário promissor projetado para 2019, suinocultores ainda não sentem os resultados positivos

Suinocultores em busca de margens para se manter no setor

Os suinocultores brasileiros sofreram com a queda de margens em 2018, resultado do aumento dos custos e da queda nos preços da carne. Os problemas foram reflexos da redução das exportações, devido ao embargo da Rússia, que durou cerca de um ano. Além disso, a menor safra no período acabou impulsionando os valores dos insumos, no caso milho e farelo de soja, presentes na ração – que representa 70% dos custos com o animal. De acordo com a Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa, o custo do produtor subiu 9,85% em 2018. Apesar do cenário promissor projetado por analistas para 2019, os suinocultores ainda não sentiram os resultados positivos que viriam com maiores exportações para Rússia e China.

Desde 2016 a suinocultura passa por entraves e boas expectativas, aponta Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS). Segundo ele, aquele ano foi ruim, mas veio 2017 e a situação melhorou. Em 2018, mesmo com o embargo russo, o cenário estava começando a melhorar. Porém, a greve dos caminhoneiros atrapalhou todos os planos. “Esse ano temos uma previsão de melhora no preço pago ao produtor, mas previsão não paga conta. Mas ainda assim há esperança”, conta.

Enquanto a expectativa de que as vendas de carne suína para a China cresce mais – em 2018, o país já havia aumentado a importação da proteína brasileira em 247% — e a volta das grandes exportações para a Rússia não se concretizam, os suinocultores buscam manter os preços da carne no mercado interno em patamares que compensem os custos.

Nesta semana, a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) divulgou nota orientando os suinocultores a não comercializarem seus animais a preços inferiores ao sugerido – conforme a Bolsa de Suínos, a R$ 4 o quilo do vivo –, uma vez que 93,46% das vendas mineiras foram feitas neste valor. “Assim como na há duas semanas, precisamos da união dos suinocultores para que a pressão de baixa dos frigoríficos não obtenha êxito”, destacou o texto, acrescentando que não há motivos para baixas.

No entanto, já houve queda em outros estados, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul – o primeiro e o terceiro maior produtor de suínos no país –, conforme a Bolsa de Suínos das associações. O preço do suíno vivo caiu 12 centavos o quilo em RS, passando de R$ R$ 3,83 a R$ 3,71, conforme a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs).

Em Santa Catarina, nesta segunda-feira (21), o preço do quilo do suíno vivo chegou a R$ 3,61. Até o domingo (20), conforme a Bolsa de Suínos, o valor era de R$ 3,73. No dia 13 de janeiro, era R$ 3,82. Segundo Losivanio, as associações estão tentando organizar os produtores, de modo a tentar segurar os preços conforme os custos, mas ainda existem obstáculos. “Estamos tentando organizar os produtores, mas no momento bom não dão bola para associação, mas no momento de crise querem que resolvemos todos os problemas”, lamenta.