Suinocultura brasileira registra recordes seguidos de produção e exportação; saiba mais no Anuário 2022 da SI
Os resultados expressivos não impedem o impacto dos altos custos de produção para o setor, que sofreu com a elevação no preço do milho e da soja, itens fundamentais para a alimentação dos suínos e responsáveis por até 80% do custo total
Os números finais de 2021 da suinocultura brasileira despontam como bem expressivos. O ano será marcado por recorde de produção e de exportação, mantendo acelerado os avanços obtidos nos últimos dois anos. A estimativa é de que o Brasil fecha com um crescimento de 6% na produção de carne suína, atingindo um volume em torno de 4,700 milhões de toneladas. No mercado externo, os embarques devem chegar próximo a 1,150 milhão de toneladas, tendo a China como o principal destino. Um claro reflexo ainda dos efeitos da Peste Suína Africana (PSA) no país asiático.
Mesmo com estes resultados, ao longo do ano o setor viveu dificuldades com os custos de produção, principalmente motivadas pela alta de insumos como milho e farelo de soja. Mas, também, ocasionado pela alta energética, câmbio elevado e com impacto sobre a importação de insumos ligados à cadeia produtiva de suínos, e a própria inflação, que tem corroído o ganho do consumidor. Este cenário afetou a rentabilidade das grandes agroindústrias e, especialmente, do produtor, que amargou prejuízos em boa parte do ano.
Os investimentos, por outro lado, retomaram o seu rumo. Cooperativas no Paraná, por exemplo, tem intensificado aquisições, processos de intercooperação e em novos empreendimentos, como frigoríficos, visualizando a manutenção da demanda forte pela proteína, o que ao longo da cadeia gera necessidade de produtos integrados, mais ração e produtos veterinários, fazendo toda a roda econômica do setor girar.
O cenário, que apesar de tudo se mostra otimista, precisa vislumbrar o futuro da atividade frente algumas prioridades: sanidade, bem-estar animal e sustentabilidade. O país tem conseguido um elevado status sanitário de sua produção, também debatendo e formulando normativas e legislações em torno do bem-estar animal. Em sustentabilidade, usando como o tratamento dos dejetos, as granjas têm sabido aproveitar o biogás como fonte energética e de aquecimento. No entanto, nestas três áreas os desafios serão constantes e, ao longo do tempo, irão moldando a produzir forma de produzir e comercializar a carne suína.
O país e o setor podem ficar contentes com os recordes deste ano, ainda que com um forte aperto de custos, mas não pode perder de vista os três desafios que farão parte da suinocultura daqui para frente, sob o risco de em algum momento no futuro próximo vir a perder fatias do mercado externo; com impactos sobre o mercado doméstico.
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