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Suinocultura sai lentamente do vermelho

O aumento da disponibilidade interna de milho reduziu suas cotações em 13,7%. O aumento da oferta e a valorização do real também fizeram com que os preços dos concentrados caíssem 22,0%.

Redação SI 11/06/2003 – Para muitos agentes, a atividade, no geral, vem operando no vermelho há aproximadamente um ano e meio. Porém, para um conjunto de suinocultores considerados eficientes, a avaliação do sistema indica que estão no vermelho há mais ou menos 12 meses, apresentando, nos meses de setembro e outubro do ano passado, os piores resultados.

Com o movimento sazonal do mercado no final do ano, os preços apresentaram recuperação, iniciando um período de recuperação da margem de comercialização dos suinocultores. Esta recuperação não foi mais acentuada porque os preços do milho e da soja continuaram pressionando os custos.

Esta tendência de recuperação das margens de comercialização, que até o início de dezembro se mostrava firme, apontando, inclusive, o retorno da lucratividade para início de 2003, perdeu força com o fechamento das exportações de Santa Catarina para a Rússia. Daí em diante, o aumento dos estoques destinados à exportação nas indústrias e o encolhimento sazonal do mercado interno levaram os frigoríficos a diminuir os abates, com conseqüente represamento da produção no campo.

Apesar disso, acreditava-se que a situação desfavorável seria revertida com a recuperação das vendas a partir da segunda quinzena de abril. Por outro lado, com a produção em queda, a oferta de milho recompondo-se e o câmbio pressionando menos os preços do farelo de soja e do milho, tinha-se como certo o retorno da rentabilidade aos criadores. Porém, as incertezas em relação ao mercado externo, a lenta redução da oferta e o enfraquecimento maior do mercado interno aceleraram o aumento dos estoques e o represamento da produção no campo.

A sobra de produtos nas indústrias e de suíno no campo desestabilizaram os preços, que caíram 2,76% em maio. Apesar disso, para o sistema estudado, as margens permaneceram em trajetória de recuperação. O aumento da disponibilidade interna de milho reduziu suas cotações em 13,7%. O aumento da oferta e a valorização do real também fizeram com que os preços dos concentrados caíssem 22,0%.

Embora esta avaliação indique tendência de retorno da lucratividade para os criadores, ainda se passará um tempo considerável até que todo o estoque remanescente seja escoado. A partir deste ponto, o mercado reconhece que a oferta vai cair, estabelecendo-se, portanto, a condição principal para a sustentação dos preços.