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Veja o perfil da suinocultura gaúcha

A ACSURS divulgou uma breve análise da atividade em suas diversas regiões.

Redação SI 09/04/2002 – “A suinocultura na nossa região é baseada na mão-de-obra familiar, com bastante integrações. Os produtores estão muito apreensivos com a situação do Estado. A previsão era para ser um bom momento para a suinocultura, as perspectivas eram boas, mas em função do aumento da produção pode faltar mercado”.
Edenir Roque Turra, da Associação Casquense de Criadores de Suínos

“Somos pequenos produtores, a maioria integrados. Na região a suinocultura está se desenvolvendo devido às agroindústrias, e está sendo um bom negócio para os pequenos, que não tinham onde vender e agora tem. Mas a situação do RS é preocupante. Mesmo assim a suinocultura ainda é uma alternativa para um ganho a mais na propriedade”.
Volmar Antônio Sandri, da Associação Marauense de Criadores de Suínos

“Na nossa região o perfil dos suinocultores é diversificada: tem pequenos, médios e grandes produtores, muitos destes tiraram o lugar dos pequenos. E tem os produtores que eram independentes, de grande porte, e passaram a trabalhar integrados. E quando não há solução o pessoal cai fora da atividade. A suinocultura evoluiu bastante na região e, hoje, enfrenta os problemas da realidade estadual: excesso de oferta e falta de insumos.”
Odolir José Zanatta, Associação de Suinocultores de Vila Maria

“A situação está difícil. Mas na nossa região os produtores estão armazenando insumos com silagem de grãos. Nossa região tem dificuldade com os insumos porque foi bastante atingida pela estiagem, e os recursos chegaram tarde e com juros elevados. Muitos produtores de insumos tiveram que vender os produtos para pagar dívidas, exportando quando há demanda interna. Devia haver intervenção do governo nesta questão. Outro problema foi o desconforto criado com a aftosa, que veio a somar-se aos problemas de mercado. Esperamos que de imediato abram as fronteiras para liberar a produção do estado. Para atualizar os produtores promovemos palestras técnicas”.
Roque Avrella, Associação dos Suinocultores de Tuparendi e Tucunduva

“O Núcleo iniciou em 1976 e chegou a ter 90 associados. Hoje vive um momento de reestruturação. Muitos suinocultores da região abandonaram a atividade. Hoje a maioria dos produtores é integrado, com poucos independentes. A integradora ajuda o suinocultor a se manter em momentos de baixa da atividade, a integração garante mercado para a produção. Acho que a solução é a parceria, porque não precisa investimento próprio para tratar os animais, senão precisaria de muito capital”.
Aristides Ferronato, Núcleo de Criadores de Suínos de Serafina Corrêa

“Santo Cristo é o terceiro município produtor do Estado. O setor é um dos carros chefes: corresponde a 33% do valor agregado do ICMS total do município. Nós temos estoque de insumos feito na safra até a safrinha, e na safrinha fazemos estoque até o final do ano. Fazemos silagem de milho em grão há mais de 10 anos. Estes estoques ajudam os produtores a resistir mais que em outras regiões. Uma dificuldade é que a integradora está pagando com atraso os produtores, e estes não estão conseguindo cumprir seus compromissos. Pra sair do sufoco tem que abrir as fronteiras para SC, não só o corredor sanitário. Quem é que vai comprar de nós se temos barreiras internas?”
Celso Diel, Núcleo de Criadores de Suínos de Santo Cristo

“A suinocultura na nossa região é incipiente, são pequenos produtores e uns poucos independentes, que não tem a atividade como a mais importante. O ano de 2001 foi bom. Já em 2002 preocupam as questões do isolamento do RS, que não está exportando e corre o risco de que o excesso de carne traga os preços para baixo. Um outro problema são os altos custos dos insumos. Então é menos venda, menos exportação, e mais custo de produção. Temos que aumentar as vendas e diminuir os custos!”.
Cláudio Bonetto, Associação dos Suinocultores da Serra Gaúcha

“Todos estão preocupados com os aumentos de custo de produção. Nossa região é de pequenos produtores, alguns são auto-suficientes e outros tem estoques de insumos para uns cinco meses, para aguentar na possibilidade de baixa do preço do suíno. Somos um dos grupos de suinocultores dos mais novos, criado há dois anos. Realizamos reuniões bimestrais, com palestras, e a Festa do Porco no Rolete, e fazemos reuniões entre os núcleos das regiões próximas para discutir a suinocultura As divergências político-partidárias entre município, estado e governo federal são um empecilho para a suinocultura”.
Gilberto Raimundo Berres, Associação dos Suinocultores de Cândido Godói

“Nossa região é essencialmente suinícola. A suinocultura é a base do retorno do ICMS dos municípios da região, onde a maioria são pequenos produtores. O quadro de isolamento do Estado nos preocupa. Buscamos soluções em reuniões mensais. Nos reunimos para debater, assistir palestras e saborear uma carne suína todas as primeiras terças-feiras de cada mês. O objetivo é a troca de informações entre os associados. Está dando resultado, porque vem um número superior ao número de associados, pois eles trazem consigo seus empregados. Informação baixa custos, e mantém os associados conscientes do que poderá vir se não houver a abertura do mercado externo para a carne suína, por exemplo, ou da importância da adequação das propriedades com esterqueiras.”
Delmar Luís Limberger, Associação de Criadores de Suínos da Grande Cerro Largo

“Na nossa região quase 100% dos produtores são integrados. Existe alguma reclamação quanto à bonificação. O pessoal trabalha encima de bonificação, e aqueles que não usam tecnologia estão ficando para trás. Quem investe em tecnologia está tendo lucro, e quem não investe está empatando. Quem está no setor há muito tempo tem instalações que estão exigindo reformas que envolvem custos, que muitas vezes depende do lucro de dois ou três anos da atividade. E nem sempre compensa. No RS os preços dos insumos estão disparando e o suíno está caindo. A situação não está tão boa.”
João Paulo Maroso, Núcleo de Criadores de Suínos de Nova Bassano

“Aqui na região temos três tipos de atividade: 80% são criadores de leitões e terminadores, e 15% trabalham com ciclo completo. Os outros 5% são pequenos criadores independentes. Enfrentamos um grande problema com os insumos. Tivemos a geada de setembro, quando teve gente que fez replantio e outros que resolveram plantar soja. Depois teve a estiagem de janeiro. Aqui a soja teve quebra de 30% por causa desta estiagem. Os poucos produtores independentes têm problema de colocação de animais, os integrados estão pagando o custo de produção e sobra alguma coisa. Mas a situação no estado é péssima. Por causa da aftosa estamos patinando.”
Adelar Piaia, Núcleo de Criadores de Suínos de Três Passos

“Na nossa região, onde predominam os produtores médios e pequenos, com poucos grandes, a questão do milho é crítica. Esperávamos milho da Conab mais próximo, como é muito distante fica difícil conseguir milho ao melhor preço. Tiveram produtores que fretaram um caminhão e foram buscar milho da Conab em outras regiões e não conseguiram comprar. A seca também afetou bastante a nossa região. E no estado a suinocultura está dificultada porque estamos praticamente isolados. Os preços dos insumos aumentam e o produto baixa”
Amauri Pressotto, Núcleo de Criadores de Suínos de Aratiba

“É muito difícil encontrar palavras otimistas neste momento. Um dos nossos problemas é a questão política. Enquanto esta situação se manter, nós vamos ter dificuldades. Assim, a saída dos produtos do RS fica difícil. Se nós podemos ter alguma esperança seria em relação à temperatura: tivemos um verão muito comprido e com muito calor, com temperaturas fora do comum. Esperamos que com o frio aumente o consumo da carne suína e melhore a situação dos suinocultores. Essa é a esperança deste momento: o consumo interno.”
Ilânio Johner, Núcleo de Criadores de Suínos do Vale do Taquari

“Estamos apavorados. Aqui em Santa Rosa temos integrações fortes, grandes produtores independentes e médios, que ficam entre um e outro. O frigorífico está passando por dificuldades extremas, e os produtores estão sem receber pelos animais entregues na agroindústria há quase dois meses. E, se o produtor não tem convênio com nenhum frigorífico, tem a dificuldade de colocação dos animais. Isso tudo nos deixa preocupados. Enquanto não houver um aquecimento do mercado via exportação ou outra medida que faça a suinocultura reagir, não estamos vendo perspectiva a curto prazo.”
Vitor Daniel de Conti, Associação dos Suinocultores de Santa Rosa

“É uma fase difícil. Todo mundo se preparou, estava entusiasmado, e o suíno não está cobrindo o custo de produção. O produtor está desanimado, mas esperamos que este quadro não piore. O produtor não pode pagar o pato. O importante é se unir e se preparar para buscar novas tecnologias. A suinocultura não pode parar por aí. Precisa um lugar ao sol. Eu vejo dificuldade com o milho, que temos que trazer de longe, o que avilta o preço dos insumos. Nosso carro chefe é o milho. Pra produzir estamos tendo que pagar mais para ganhar menos. Temos que buscar alguma coisa com o governo, porque o suinocultor está fazendo a sua parte. A ACSURS tem que lutar por isso. O produtor buscou tecnologias, melhorou os animais e a produção. Investiu.”
Ipenor Zanella, Núcleo de Criadores de Reprodutores Suínos do Alto Uruguai