Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Você sabe quanto custa a implantação e a manutenção de uma CIA?

Dependendo do número de matrizes da granja a central de inseminação artificial torna-se um recurso econômico para a produtividade do plantel.

Redação SI 04/09/2001 13:50 – Para a avaliação dos custos envolvidos para a implantação de uma CIA, uma série de variáveis capazes de influir na viabilidade da IA, devem ser levadas em consideração. Como base para esta avaliação devem ser levados em conta o plantel de matrizes a serem inseminadas e, conseqüentemente, a demanda de sêmen diária, semanal ou mensal.

Para a elaboração das planilhas, as CIAs foram classificadas em dois tipos: uma básica e uma de ponta. A CIA básica oferece espaço e equipamentos necessários para atender um plantel máximo de 1500 matrizes, enquanto que a CIA de ponta atende, no mínimo, 1000 matrizes. Para calcular os custos de implantação dessas centrais, foram levados em consideração os índices técnicos do rebanho, instalações, equipamentos, material de consumo, mão de obra, custos com machos e custos com manutenção/depreciação.

Como índices técnicos foram considerados 2,4 partos/porca/ano, 3 inseminações/estro e 85% de taxa de parto, estimando uma produção de 1500 doses inseminantes por macho ao ano. Para a CIA básica foram considerados plantéis de 100 a 1500 matrizes e áreas de 10m2 destinada ao laboratório, 7m2 para sala de coleta e 4m2 para sala de higienização. Para a CIA de ponta foram determinadas de 1000 a 5000 matrizes e a mesma área para a sala de higienização, 14 m2 para duas salas de coleta, 16 m2 para o laboratório e 5 m2 para o almoxarifado.

Os equipamentos propostos para a CIA básica foram microscópio com contraste de fase, banho-maria, forno de Pasteur, estufa 16C, balança digital, destilador, deionizador, refrigerador doméstico, platina de aquecimento, fogão e manequim. Para a CIA de ponta foram considerados os mesmos equipamentos, acrescidos de fotômetro, balança analítica, mesa térmica, autoclave, manequim e um forno Pasteur extra. Para os equipamentos foi considerada uma vida útil de 10 anos, com valor residual de 20%, com 1,5% de manutenção anual.

Os componentes do material de consumo foram: diluente BTS (Beltsville Thawing Solution), bisnagas de IA, termômetros, lâminas, lamínulas, beckers, pipetas, erlenmeyers, câmaras de Neubauer, tubos de ensaio, pipetas de Melrose, copos coletores, material de limpeza e desinfecção, luvas e recipientes plásticos, em quantidade adequada a cada CIA.

Para a comparação de custos entre a MN e a IA, foram considerados somente os custos de produção relativos ao manejo reprodutivo. Para a monta natural foram considerados machos de R$ 500,00 e para a IA machos de R$ 1.500,00. Também foi realizada uma análise considerando machos de R$ 500,00; R$ 1.500,00 e R$ 3.500,00, comparados com os custos da MN. Entre os custos de mão-de-obra, foram considerados o tempo para o diagnóstico de estro, para a coleta-processamento do ejaculado e IA propriamente dita ou o tempo necessário para o acompanhamento da MN. Quanto ao consumo de ração foi levado em conta 3 Kg/dia por macho. Não foram considerados os ganhos implícitos da melhora genética imposta por machos de maior valor zootécnico utilizados na IA.

Chama a atenção nestes custos das duas CIAS que as instalações e equipamentos permanecem fixos, independente do número de matrizes atendidas, variando apenas os valores de material de laboratório a medida que aumenta o número de matrizes atendidas. Entretanto, quando são incluídos os valores dos machos, a medida que aumenta o número de matrizes atendidas ocorre paralelamente um aumento substancial dos custos de implantação com a incorporação de um maior número de machos necessários para atender a demanda por sêmen.

A viabilidade de uma CIA está na dependência do custo dos machos que formarão seu plantel. Trabalhando com machos de R$ 500,00 a R$ 1.500,00, torna-se economicamente viável a implantação de uma CIA a partir de 600 matrizes, sem considerar as vantagens advindas da melhoria genética como: melhor remuneração de carcaças, melhor eficiência alimentar, maior ganho de peso diário e menor tempo para atingir o peso de abate.